sábado, 15 de agosto de 2009

MADRUGADA


Quando a noite se esconde
E a madrugada aflora
A janela aberta e o frio lá fora
Convidam-me insistentes
A sair voando, ir embora.

Percebo então nessa hora
Que o que muitos têm medo
A escuridão sedutora
É o meu gozo perfeito

Quando muitos cansados
Se deitam e dormem
Neste momento levanto e conto
Contos para ficar acordado
Para a noite dormir
E eu, enfim, abraçado
Com a madrugada me ir

Desconfiado dos sonhos
Sumido na rua a espreita
Excitado com corpos
Que dormem em meio à sarjeta

O frio aquece meu peito
A arte expressa alegria
A sombra e o silencio alheio
Me preparam p’rum cansado dia

Com asas em um mundo calado
Sobrevôo em largas estradas
Procurando um coração alado
Companhia para as madrugadas
Sem encontrar,,, retorno...
Para o meu mundo estranho
Ao ver a ponto do sol
Fecho a janela e sonho
Quando as pessoas levantam
Então em sono me tomo
Para viver irrealidades
Que de dia não ouso
E buscar por sons e verdades
Que só na madrugada ouço

É assim o meu jogo
Me entrego e me envolvo
Sem regras, sem obrigações
Apenas poemas e belas canções

Madrugada querida,
Não me iluda, me diga
Se me amas, me sara
Não apenas prometa
Que serás toda minha

Me envolve e fascina
Com estonteante beleza
Pros outros escuridão
Pra mim singela clareza

Oh madrugada amada,
Como ficará o meu ser?
Se um dia eu tiver de dormir
Não saberei mais viver

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