sábado, 25 de dezembro de 2010

DESNUDO



Hoje flagraram meu sexo exposto
Logo eu sempre tão recatado
Fui visto com comportamento oposto

A minha "pidância" foi tamanha
Que mesmo dizendo não, eu bradei...
SIM, me leva contigo! Exclamei.

Mas eu não imaginava que o Real
Seria tão intragável meu bem,
E que da noite restaria a vergonha
E eu do tamanho de um grão de areia
Mergulharia calado sem forças nas veias
Dos meus pesadelos mais impiedosos
Que pelos meus pontos fracos passeiam
Despindo-me do resto de pudor que me resta
Pois pela minha destruição anseiam

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

PROTAGONISTA




Eu sinto o furacão subindo da barriga até o peito
Amarrando meu coração com um barbante fino e negro
E minhas lágrimas chegam à garganta rasgando, corrói!
Fazendo com que eu queira bradar o desespero. Dói!
Mas eu suprimo, calo o grito e fico agachado
Com a cabeça sobre os joelhos e ai sim, choro
Assim eu tenho certeza que ninguém pode ver
A expressão da minha fraqueza tão forte
Essa fraqueza que é tão forte em mim
Sou um grande azarado que teve a sorte
De ser o protagonista de muitas histórias
Tristes, muito tristes!

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

SER EU DE NOVO!



Sem asas, me sinto sem asas,
Não que eu queira ficar voando
Mas eu queria pelo menos a segurança
De que elas continuam em minhas costas

Sem tato, me sinto sem tato,
Não que eu queira sair me tocando
Mas eu queria pelo menos a segurança
De que se eu quiser
posso me bastar por um tempo

Quero ser um pouco eu de novo
Queria poder dizer que me amo
Não que eu ache que eu me basto
Mas eu queria pelo menos a segurança
De que ainda acredito nos meus ideais

Independente de quem eu seja hoje
Não admito que meu lado mutante
Mude em quantidade suficiente
De me descaracterizar por completo.

domingo, 31 de outubro de 2010

SEM INSPIRAÇÃO!

Sem inspiração, ando sem inspiração
Quem era o dono da minha produtividade
Quando mais quis encontrar com a vida
Só encontrei finados, só encontrei saudade.

Nem que eu quisesse escrever romances
Nem que eu devesse gratidão, favores
Nem se estivesse no meio de entrances
Não poderia morrer eu de amores
Pois você sumiu de repente
E levou a minha sorte, forte
Deixou-me só, sozinho. E só...
consigo em pensamento obsessivo
Traçar para mim planos de morte

Sigo sem inspiração
Sem inspiração,
inspiração!

sábado, 30 de outubro de 2010

SEM TÍTULO XI

Mais uma vez tenho ouvido o grito da madrugada
Ele me dá angustia de rachar os ossos da cocha
Confesso que me deixo louco quando tudo acaba
E sou obrigado a ouvir o gemido da tua soberba
Ai só resta em mim o lamento da decepção calada

sábado, 4 de setembro de 2010

OS SENTIMENTOS




É um invasor, impróprio e tão próprio,
É uma força majoritária, um tremor,
Um engasgo.
São fogos de artifício explodindo em mim,
É um desejo de viver impossível,
É uma morte possível, é uma cena na mente,
Um pulo de um penhasco,
É querer ser o improvável,
É vontade de chorar, um conflito...
Incompreendido.
É a pele estranha, é um toque transgredido,
É um grito preso, uma tontura,
Uma escrita ilegível,
Um espelho quebrado, minha imagem dividida,
Uma solidão irreparável.
É uma instabilidade, uma inconstância,
Um nó, uma dor de parto,
Uma mutilação psicológica, um buraco,
Um negro buraco.
O desconhecido, o imensurável,
O corpo violado e invadido
Por um sentimento parasita,
É um desespero, uma sensibilidade exacerbada,
Como se estivesse à beira do surto,
Como se a qualquer instante fosse escorrer de meus poros,
Lágrimas pretas que pintassem um quadro negro,
Para que possam vir colori-lo algum dia,
Pois eu não consigo mais.
Minha ótica impetrada,
Meu coração maculado, meu desejo torpe,
O que há em mim consome o que resta de super-homem,
Eu tenho me reduzido a algo que desconheço e temo.
Eu já Perdi a direção do que me acusava,
Eu não subordino mais meus sentimentos,
Eles tem me roubado a paz,
Como se quisessem abrir uma fissura no meio do meu peito e explodir na cara das pessoas, eles querem me destruir, e eu continuo sofrendo, eu já pintei dez quadros, mas de que adianta? Eu já escrevi tantas canções, já tentei amar alguém...

(choro)...

Eu nunca serei compreendido,
Eu vou morrer sozinho,
Não por falta de amor e carinho,
Mas por saber que esses hospedeiros malditos,
São condição para existir-se humano.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

O PIOR BANDIDO



O ruim de se permitir viver
Experimentar o que é amar
É que nem todos são assim
Nem todos pensam como você

Na inocência de querer se dá
Andamos expostos até demais
Saímos com o coração na mão
Ao ponto de vir ladrão roubar

E eu temo esses ladrões
Pois sei que o pior bandido
É aquele que te rouba o coração
Pois até você recuperá-lo
Seu coração padece
Nas mãos de quem não merece
Nem um pouquinho de atenção.

sábado, 28 de agosto de 2010

ARREBATE




Sua imagem súbita insistentemente
Invade minha cabeça com força
E é quando eu tento descansar
Que ela retorna ainda mais clara

Mas é difícil esquecer o seu cheiro
Pois ele “empreguinou” no meu couro
E eu até que tentei fugir com banho
Mas já parece parte do meu corpo

Seus olhos, sua pele, seu toque
Seu sorriso, sua boca, seu beijo
Sua atenção e cuidado, tive sorte
De te encontrar e permitir que ali
Pudesse existir um hoje, agora!

Não quero ser um alguém qualquer
Mas eu sei que se for hoje, serei
Então, pode relaxar, não é mal querer
É apenas um senso de proteger-me
Para não me machucar, nem a você!

domingo, 4 de julho de 2010

DIÁLOGO I: MEU NOME É SILÊNCIO!

- Meu nome é Silêncio. E o seu?
- Meu nome é Conversa. E agora?
- Será que dá pra juntar?
- Claro que dá!
- E como fazemos?
- Você fica responsável por falar!
- Como assim?
- Você vai falar tudo o que sentir em seu coração. Para que estejamos juntos, você terá que mudar de nome, seu nome agora será Sinceridade.
- E você, o que fará?
- Continuarei sendo a Conversa. Quando você chegar com sua sinceridade e falar, eu te chamarei para uma conversa séria, e tudo se resolverá.
- Mas e se eu só conseguir ser Silêncio? Já aprendi em toda a vida a engolir choro e morrer por dentro.
- Se quiser, vai ter que ser assim, ou nada feito!
- Pois você mudará de nome também. Proponho-lhe um novo nome.
- Qual seria?
- Compreensão!
- E o que eu teria que fazer?
- Entender que às vezes minha Sinceridade se expressará em um simples calar.
- Poderei ser Compreensão. Mas no dia que sua expressão for o Silêncio, terei que lhe chamar para uma Conversa séria.
- Ok! É por isso que eu te amo!
- Eu também, meu amor!




Podemos tentar ser um ideal, mas o amor só prevalecerá, no momento em que um aprender a conviver com a diferença do outro.

sábado, 3 de julho de 2010

GARAGEM DO MEU CORAÇÃO



Pode até parecer bobagem
Mas a garagem do meu coração
Está toda suja, empoeirada
Por eu esquecê-la de repente
Depois da sua brusca chegada

Não ligo mais pra ferrugem
Nem limpo mais o carpete
Mesmo que algo novo agregue
Na velha e suja garagem
Aos poucos tudo se perde

Você deveria no mínimo considerar
Que já que eu te dei esse vão
Se você não vier limpar e ficar
Vai continuar por aqui abandonado
E pode vir outro alguém sem lugar
Disposto a morar e eu decida deixar

domingo, 6 de junho de 2010

CADEIA



Quando começa a se aproximar
Das zero horas do sábado à noite
Meus poros ficam a transpirar
O veneno que faz arder teus olhos

Eu bem sei que o corpo fala
Mas o meu fica gritando
E eu tapo os ouvidos na sala
Para não acabar pirando

A única forma de penitenciar
O meu desejo que desenfreia
É te impossibilitar de me ter
Pois assim me livro da cadeia
Do meu corpo do teu depender

segunda-feira, 31 de maio de 2010

DEVORO-TE

Tragam esse banquete nessa tigela
Tirem essa tampa barriguda de cima
Eu vou devorar sua alegria amarela
E o seu choro vai alimentar minha sina

Agora é de propósito que vou ferir
Vou transpassar seus sonhos bons
Com uma estaca logo no amanhecer
Para que o tormento seja o trainee
Do seu eterno medo de me pertencer

domingo, 30 de maio de 2010

CICLOS



Olha que mudo viu,
Não me prendo a qualquer idéia
Nem tudo me convence, não!
A verdade é relativa
Olha com meus olhos
Aposto que não verás fantasmas
Tenho pena dos que vivem
Em traçar caminhos ardilosos
Para um dia morrerem cristãos

Deixo-me em minha sabedoria
Se é que ela existe para alguém
Só sei que eu aprendo comigo
Pois você dificilmente me ensina
Se continuares apenas a querer
Encobrir tua fraqueza com o saber
Vai chorar futuramente
Quando olhares para trás
E enxergar que foram vãos tais rituais


Hoje começo um novo ciclo
E você ainda está incluso nele.

sábado, 1 de maio de 2010

SOMBRAS



Quando eu olho para aquele verme branco
Eu só lembro-me de mim na minha desgraça
Eu fico enganando minha sombra quando
Ela tenta passar na frente e me retarda

Se eu pudesse eu apagava a sombra
Daquela pessoa que mais amo agora
Só assim não teria que olhar pra ela
E ver sua sombra não se conformar
Em ficar pra trás e querendo passar
Na minha cara aquilo que não quero saber,
Nem muito menos lembrar...

Vamos armar uma guerra contra elas
Destruí-las, aniquilá-las, esmagá-las
Traiçoeiras, sujas, sanguinárias
Elas ficam pra trás por isso mesmo
Por serem menos reais e mais imaginárias
Saiam da minha mente, saiam, saiam...

ANTES QUE TUDO QUE HÁ EM MIM CAIA



Tô deixando cair meus dedos de propósito
Eles não tocarão mais o que desejam
Pois de que adianta que eles queiram
Se o objeto só desaparece no momento
Os dedos apalpam o nada, resto de vento

E logo depois cairão os meus braços
Não os deixarei serem tolos o bastante
Pra continuarem iludidos com abraços
Prefiro ficar sem eles num instante
E antes que tudo que deseja você desabe
Eu gritarei que odeio essa gama aqui
De sentimentos que me deixam louco
E viverei cada momento achando pouco
Antes que tudo que há em mim caia

terça-feira, 13 de abril de 2010

PRECISO SONHAR



Quero deitar e dormir por um mês
Descansar de todo o tempo corrido
E sonhar que sou uma folha seca
Soprada por um vento solto, perdido
Só acordar depois de ter percorrido
Todo o território da terra do nunca
Pois só lá, todo e qualquer perigo
Continua sendo sonho, e até o ruim
É mágico, é bom, é próximo, é rico

Me deixa sonhar, eu preciso realmente
Por um mês não me acorde, por piedade
Talvez assim eu descanse já. Agora!
Fugindo de toda e qualquer realidade

DOENTE



Eu me mutilo toda vez que encostado na parede sou
Pois percebo que escolhas tenho que fazer
E triste fico por só conseguir ver
Que não posso ser completo e sofro
Choro só em olhar pros dez braços que tenho
E ter que cortar um sequer deficiente
Para que de tantos, pelo menos um seja eficiente
Mas quando se trata de sonhos...
É tão difícil, me maltrata, eu fico tão doente

Eu queria ser a Björk
E fazer comigo o que ela faz
Queria ser Thom York
E viver uma arte minha, eficaz
Mas eu só faço chorar
É o caos que me ultrapassa
E me obriga a sublimar
Ai eu Choro,
Eu só faço chorar...

ESSE EU



Quem deve ser esse que habita em mim hoje?
Eu não me reconheço há algum tempo e bem sei
Que por mais que eu procure racionalizar...
Como irei organizar tudo que por vezes pensei?
De que esse Eu era forte, impetuoso e uno
Que me dava personalidade marcante. É errei!

Na verdade eu tinha era certeza que Ele era eu
Que esse Eu era como o olho potente de um psicopata
Um grito na garganta que não cessa, mas se resguarda
As garras de um gavião solto em ambiente desconhecido
Que me expõe às vezes, mas me protege quando preciso

Esse Eu não te mostra a ninguém,
Mas não te poupa de você mesmo.
É ruim descobrir que você não é tão onipotente
E que tudo o que existe de mais real em você
É justamente esse Eu que te fragiliza. Doente!

domingo, 11 de abril de 2010

ALMAS SOLITÁRIAS



Eu quero contar uma história pra vocês
De uma menina que carregava o coração
Em prateleiras a vista de qualquer freguês
Ou na mão de quem lhe desce uma canção

Na verdade todo o sentido de amar
Por tantos, falado e engrandecido
Não tinha para ela importância lá
E às vezes já tinha até esquecido
De que existia alguém a lhe esperar

Essa menina é representante
De muitas almas solitárias
Que desacreditadas do amor
E bem diferente das restantes
Resguardam-se em viver sozinhas
E percebemos sua carência gritante
Mas sustentam o discurso de alegria
Por dentro é tristeza e choro
Por fora bradam: sorria sorria!

Ainda mudarão de idéia um dia
Quando perceberem que amar
É mais que está junto de alguém
É viver sem medo de se enganar

É ter o prazer de ter um coração em mãos
E cuidar dele tendo a certeza que o seu
Não vai está em quaisquer prateleiras
Nem espalhado pelas ruas, no chão
Nem com qualquer galanteador
Que lhe oferecer uma canção
Mas com alguém que usurpe tua dor
Com aquele que só quer ver o teu bem
E prossegue acreditando no amor

segunda-feira, 5 de abril de 2010

QUASE UM ANO



Quase um ano todo de crescente amor
Como pode caber tanta coisa em mim?
Mas até que eu sei o porquê disso tudo
É que nunca ninguém me amou tanto assim

E se grato sou a alguém, esse alguém é você
Que mudou minha sorte de uma forma tão linda
E só hoje eu percebo que é mais que querer

Então só vou continuar, prosseguir em amar
Já que com você eu aprendi tanta coisa boa
Vou esperar seu sentimento me libertar
Por que se tem algo que eu sei sem segredo
É que o verdadeiro amor lança fora todo o medo

EU TE AMO!
E VIVA O VIVER
QUE ME TROUXE VOCÊ
E ME ENSINOU QUE APRENDER A AMAR
SÓ É POSSÍVEL AMANDO!

domingo, 4 de abril de 2010

QUEM ME DERA

Na dormida de minha perna
Quando formiga minha carne
Penso na noite passada dela

E quando ela passeia minha mente
Dominando o espaço completo
Grita com força meu corpo carente

Pois o que mais faço é desejar
Que pelo menos passe aqui perto
Distraída em seu caminhar

Quem me dera a encontrasse
E dissesse tudo o que eu quero
Só assim talvez ela falasse

Por que o que eu mais queria
Era apenas que me olhasse
E pelo menos me ofertasse
Um singelo e simples Bom dia!

sexta-feira, 2 de abril de 2010

DEIXA-ME MORRER




Se eu vivo não te ajudo tanto
Deixa-me morrer, me deixa
Se achas que não cuido de ti,
Prometo não existir mais queixa
Talvez se eu morresse, sumiria
Pois estando vivo, mas longe de ti
Seria só choro, eu sofreria
E eu morrendo quem sabe não sofro
E na tua vida não mais apareço
Pois não há nada pior para mim
Do que seu impetrado desprezo

POR FAVOR!



Não sei bem como expor isso
Mas eu te peço não assine
Esse sentimento me oprime
Pois te amar é meu ofício

Eu fico ferido por mim mesmo
Eu me afogo na minha desgraça
Contamino-me com a transparência
Dessa máscara velha, carcaça

To ficando fraco a cada queda
E aos poucos surto com o desprezo
Eu queria poder ser só orgulho
Pra ver se diminuía esse peso

Eu queria ser mais perfeito
Essa humanidade me enclausura
E se você por a mão no meu peito
Vai ver como é grande a fissura

Ferindo você na verdade me firo
A verdade do que sou desaparece
Por que quem mais amo chora
É nessa hora que sei fazer prece

Eu me aproximo do inferno
Quando me olho por dentro
Cada tijolo do castelo ruído
Em minhas costas doendo
Faz-me soltar um alto gemido

Você me dá um revolver sem gatilho
Covardia pra quem não quer sofrer
Se queria tanto me por de castigo
Conseguiu quando me impediu de você

Quando te olho me rastejo
E tenho certeza que neste dia
Sou um verme esquecido na pia
Sobre o resto de carne podre

Mas escuta um pedido meu
Não me nega o teu olhar
Não me doa o silêncio
Não me priva de ser teu
Mesmo que você não se doe
Deixa-me ser cativo teu
Deixa q tu seja o alvo
De tudo que construí em sonhos

Pode escolher não me amar
Mas me diz um bom dia
Dá-me tchau a meia noite
Deixa-se ser minha utopia

Por favor!

segunda-feira, 29 de março de 2010

"AMÁVEL"



Como o rio mais cristalino que deságua no mar
Tão sangrento, intenso e forte que só quer fluir
Você sempre se entrega e não quer parar
E se barreiras te atrapalham você escorre sim
Sobre tudo se eleva e ainda não quer sair
Pois seu lema é perseverança, você quer lutar
E é por isso tua certeza em vir persistir
Pois as guerras são gigantes, mas tu vai ganhar

Quem pode com nenhuma palavra tanto me falar?
Com o olho fixo em vida vir me confessar
Sua essência, sua verdade, sua alma, um nó
E depois se esconder sabendo que não dá

Eu sou nada além daquilo que tu veres em mim
Na verdade é tu que expressa o mais belo amor
Entre tantas as virtudes que apontas, sim
Eu encontro-as reunidas todas numa flor
Essa flor se chama "AMÁVEL", flor do meu jardim

quarta-feira, 17 de março de 2010

MOÇA BELA



Moça bela de sorriso impar
De forma brusca me desconcerta
O seu olhar minha vista limpa
E até sem querer você me acerta

Dedico a você breves palavras
Mediante a grandeza de sua beleza
Que seja sempre enrustida de vida
E me irradie com estonteante clareza

domingo, 14 de março de 2010

SÓ SINTO



Ás vezes eu temo sentir
A confusão me atormenta
E mesmo eu querendo seguir
É difícil, mas se tenta

É saudade em alguns momentos
De sentir aquela coisa do só
Não sei bem sobre esse sentimento
De fuga, de insegurança, um nó

Mas eu sei que ele muda com o tempo
Basta só esperar mais um pouco
Logo logo eu te vejo e me sento
Do teu lado e de tudo esqueço
E como um vulnerável, um louco
Já tenho certeza do que quero e penso

Só sinto, talvez por isso o temor
De que a quem dedico tanto amor
Não se exponha a mim, não se doe
E a qualquer momento dos meus braços
Vá embora, me deixe e voe!

O AMOR É PRA SEMPRE

Falar de amor todo mundo fala
E quantos não dizem que amam?
O amor é pra sempre se não sabem
Então, quantos já amaram um dia?
O silêncio reina, se calem!
Melhor assim do que a hipocrisia

segunda-feira, 1 de março de 2010

ROTINAS



Dia tedioso, fujo das tuas mãos
Mas sempre me achas, me pegas
E mesmo eu escapando, dizendo não
Tu persistes em rotinas cegas
Pois só com a cegueira da alegria
É possível ser feliz nestes dias

Sublimar é o que mais repito
Mesmo sem me tocar já fiz
E por mais que eu não queira, digo
Ta mesmo difícil ser feliz

Tu és meu escape no meio dessa bagunça de dias cansativos e sombrios!

domingo, 28 de fevereiro de 2010

TOC...

Escondido nos arbustos robustos
Furei-me com um espinho de cacto
E justo a única roupa que uso
Acabou se tornando um trapo

Farelo de roupa, jogo no ralo
Entupo já a pia, crio um calo
De tanto fazer o mesmo movimento
Rotatório na língua, nem falo

TOC, TOC, TOC...
Ninguém bate na porta, não se preocupem
É apenas um transtorno, nem se culpem
Olha! Um calo novo, de novo
Ansiedade... Vou comer um ovo!

NIRVANA



O que é aquilo lá na ponte?
Sou eu mesmo latejante?
Como posso me ver de fora
Mesmo estando tão distante?
É o último suspiro agora

Saio hoje do meu corpo,
E enquanto o vejo sumo
Tudo repentinamente
E um breve resumo, presumo
Passa agora em minha mente

Um resumo doloroso
De saudade, não de gozo
Embriaga-me justo agora
Quando a imagem vai embora

Mas se ainda estou pensando
Como posso ter sumido?
Será que estou sonhando?
E o que é tudo aquilo?

Vem se aproximando tão rápido
Parece um retrato, mas tem movimento
Como em um flash, num rapto
Sou tragado, ligeiro, num momento
E essa alegria? Quem levou meu lamento?
A confusão sumiu, me sinto tranqüilo
É tão lindo, assustadoramente lindo
Uma árvore no centro, frutas vermelhas
Um pássaro que voa baixo, uma ladeira
Grama verde onde os pés desaparecem
Um vento que não faz frio, aquece
É tudo muito nítido, claro
E do lado da árvore um lago
Que lugar é esse? Tenho paz, sinto
Lugar lindo, estranhamente lindo!

Mas e as pessoas que amo, onde estão?
Nesse lugar só dá vontade de correr
Nem peso há! E o meu culto a solidão?
No meu coração aqui nem sinto querer

Então prosseguirei em correr, correrei
E enquanto corro, um coro cantarei
E se esse vento que me toca, me soprar
Eu o deixarei me levar e voarei

É como se estivesse numa cama
Acho que estou me tornando o nada
Não me vejo, será o "Nirvana"?
Desaparecendo de novo, me fala
Nada de sons, não ouço mais nada
Só perfeição, sinto-me completo
Então ficarei quieto, quieto...

Flutuando, flutuando, sem fim...
Vou-me indo, vou-me ando, voando,
Voando...

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

MINHA REFERÊNCIA MAIOR



Linda, delicada e corajosa
Ela é flor do meu jardim
Ela a rosa mais cheirosa
Sua importância para mim
É como a água para a corsa
Por isso não suma daqui
Fica por perto, me abraça
Sou um dependente de ti
Amarra-me a ti, me laça

Por que se em algum momento tu chorar
Eu estarei aqui pra te dá meu braço
E se em algum momento fraquejar
Eu serei tua muleta, teu apoio
Para que possa sempre em mim confiar

Pois se há alguém em quem me orgulho
Esse alguém é você, minha referência
Quando preciso é você que eu chamo
E é gritando pro mundo que eu digo
Minha linda mãinha, EU TE AMO!




Parabéns mãe, pelos seus 46 anos, minha referência maior é você, te amo!

domingo, 21 de fevereiro de 2010

CURA



Olha o que eu arranquei
E pelo asfalto arrastei
Isso mesmo, meu coração
Sei que nem é mais meu
Mas joguei-o no chão

Foi num momento de rápida ira
E agora que o maltratei
Não sei como fazer, me jura...
Toma, guarda-o, cuida, cura
Por favor
Meu amor
Cura!

CORRIDA



Existe uma corrida realmente
Aquela famosa, pelo pote de ouro
Quem diz que é fácil ganhar, mente
Mas eu não desisto, e prossigo
A esperança me eleva fortemente
E eu descanso a cada novo suspiro

Mesmo com os joelhos vacilantes
Eu consigo diante da dor insistente
Prender as lágrimas gritantes
E esconder o cansaço latente

No meio do trajeto dessa corrida
O tanto que ganhamos, nós perdemos
Guardamos bens, desprezamos vidas
E nem notamos que entristecemos
Então, se encontramos um amor
É ele que nos ensina a querer
Trocar a pressa e o tesouro
Pelo verdadeiro amor e viver



É o verdadeiro amor que nos cura e dá sentido e importância a vida
Não são as certezas prontas e vendidas, mas aquilo que oferecemos
Sem preço e sem interesse, é doar, é querer fazer feliz, é cuidar
Só assim abandonamos a corrida, trocamos a pressa pela calma
E vivemos a intensidade de amar sem medidas.

ESCREVER



Escrever às vezes se torna escape
Esconderijo da minha covardia
Da desgraça á beleza, disfarce
Uma espécie de caverna, moradia

Por que é quando eu mais preciso
Olhar pra minha ruína triste
Que eu corro e escrevo contrito
E afasto de mim o que existe...
De mais verdade, de mais certeza
Minha humanidade, minha fraqueza

sábado, 6 de fevereiro de 2010

IMENSURÁVEL



Será que não se lembra mais?
E eu fico aqui tão carente
Um choro engasgado, crente
Que tudo vai passar em mim
E eu vou te ter de novo aqui

"É tão difícil olhar o mundo e ver o que ainda existe
Pois sem você meu mundo é diferente, minha alegria...
É triste!"

Só me resta esperar mesmo até onde agüento
Que meu peito pulse e minha garganta brade
O que meu coração sofre nesse momento
Não é bobagem, é medo, é por isso o alarde

Eu não vou escrever muitas palavras
Quero apenas nosso amor feliz, saudável
Terás sempre por inteiro o melhor de mim
Pois eu te amo do tamanho do imensurável

sábado, 23 de janeiro de 2010

UM EU BEM MEU




Você nunca compreenderá minha felicidade
Mas quem sou eu pra te julgar ou exigir
Que me entendas ou me faças caridade?

Queria apenas que você fosse menos nervoso
Você ainda nem tem certeza de nada
Nem me pegou no flagra
Então por que esse ânimo ferroso?

Eu nem sou propriedade sua, genitor
Por isso não me peças satisfações
Principalmente quando falo de amor
Você não entende de corações
Muito menos se um desses é meu

Considero-te demais, um ótimo exemplo
Mas se passares apenas a me friccionar
Eu vou embora enquanto a tempo
Para poder viver meus sonhos, voar
E se eu for, é pra ir, não adianta pedir
Não haverá mais jeito, não vou voltar

Pelo menos tenta apenas aceitar
Que eu tenho uma vida, minha
E se por acaso no futuro eu errar
Eu assumirei a responsabilidade
Pois tudo fui eu, saberei encarar
E quando me olhar no espelho
Orgulharei-me por enxergar
Um eu bem meu, só meu!

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

RECORDAÇÕES E NADA MAIS



O quê que restou de nós?
O quê se achou nos cacos?
Agora em lembranças a sós
Eu carrego um pesado fardo

Não tente me enganar
Com seu discurso repetido
Não mais me ganhará
Não restou nada bonito
De nós dois não mais
E se hoje estou aflito
É por que nada mais se faz
Nem se fará para salvar
O que ainda poderia restar
De um amor contrito

Fui eu quem fez daquela união,
Daquele amor o meu sonho maior
E agora no meu coração ferido
O que restou se não recordações?

Não me procure mais
Deixe-me ser feliz de novo
Suma e não volte jamais
Eu me trancarei em mim
E encontrarei minha paz!

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

DOR DE SAUDADES



Como um andarilho que caminha no interior de minhas lembranças
É assim que me sinto quando sinto um pouco a mais de esperança
De algum dia retornar, reviver alguns momentos que me perseguem
Por que quando escuto algumas músicas específicas que refletem
Pelo menos um pouco do sentimento intenso de vida, interferem...
Interferem no meu hoje, no meu instante agora, me repelem...

Eu fico querendo chorar, por que eu ainda sinto tudo
Mas não vivo o que sinto por que parece tão distante
Eu fico olhando a lua como um cão a beira do uivo
E a lua só serve de objeto que presentifica minha saudade
E cada mês que se passa em que aumenta a minha idade
Mas eu tento não lembrar pra não sofrer, de verdade...

Eu tenho uma vida mutilada, por momentos marcantes
Momentos que se tornaram mais do que importantes
Tornaram-se fundamentais, a ponto de eu me permitir
Ser marcado com sangue e fogo, e ao invés de chorar, sorrir

Eu agradeço cada oportunidade, pois o pouco em que existi
Eu tenho por certeza que eu fui feliz, muito, pois eu vivi
Só não gosto de ouvir essas canções, elas me lembram aeroportos
E essas lembranças de vistas por janelas nos ares me destroem
Eu sofro de forma tão intensa que sei, elas me corroem
E quem sou eu na minha limitação? Eu bem sei, somos seres marcados
E essa sede constante? Talvez fosse melhor viver nos sonhos irrealizados
Pelo menos eles teriam aquele sabor de desejo, de busca, fantasia

Talvez muitos digam simplesmente: tolo, sofre por pouco!
E eu vos digo simples: Sofro por sonhos nem menores, nem maiores
Sonhos, realizados, não realizados, que me fazem bem, que me causam dores

Se meu coração apenas se cala e chora, é pela certeza de que suas palavras
Seriam incompreendidas, pois ele fala uma língua mono,
Que só tem sentido quando eu me tranco e escuto o pranto
Dessas canções fortes, que me lesionam cortes, tanto, tanto...
É NÃO HÁ ALARMES, NÃO HÁ SURPREZAS, apenas saudades, tristezas
Saudades, saudades...

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

PERANDO...

Chega logo, vem pra perto
Movimenta, tô esperto
É tão ruim esperar só
Chega logo, tenha dó

Onde eu estiver não esqueço de ti
E não interessa com quem estiver
Ou a importância que tenha pra mim
Ainda só pensarei em você se quiser
Quer?

Nunca esquecerei da minha cura
Tenho certeza não acontecerá
De que em algum momento de loucura,
Eu venha a te deixar só e me vá

domingo, 10 de janeiro de 2010

MONO

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Caminhada longa
De saias curtas
Pula alguma onda
As minhas custas
Vem na minha sombra
E não se assusta
Eu paguei a conta
E ainda me furtas
Se te deixo tonta
Não! Nem te curvas
Para! Não apronta
To de vista turva


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segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

DENTRO UM DO OUTRO



Se você pudesse sentir
Pelo menos um pouquinho
Do que sinto em mim
Espantar-se-ia ao ver
O quanto eu amo você

Pois às vezes eu até tento
Explicar por um momento
Que o que eu sinto é único
Que é belo, lindo, puro

Mas sabe que dá pra vê?
É só tu olhar bem dentro aqui
E com certeza verás somente à você
Só existe você dentro de mim

Eu sou teu reflexo constante
Pois já tem tempo que somos um
E é assim que em todo instante
Eu só penso em te ter Neném
Não aos poucos, mas de montante

Se pudesse existir alguma dúvida
Sem dúvida ela ficaria pra depois
Sobre qualquer coisa comum
Menos sobre nós dois
Pois se existe alguma certeza hoje
Ela é o que nos fortalece
é o que sentimos um pelo outro
É esse amor que nos engrandece

Seja meu amor
Pra sempre meu
Seja minha flor
Sem nunca Adeus!
Seja o meu ar
Minha respiração
Entre minhas veias
No meu coração

Nós estamos dentro um do outro
A fusão realmente ocorreu
E hoje tu és toda minha
E eu sou literalmente teu!