quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

DOR DE SAUDADES



Como um andarilho que caminha no interior de minhas lembranças
É assim que me sinto quando sinto um pouco a mais de esperança
De algum dia retornar, reviver alguns momentos que me perseguem
Por que quando escuto algumas músicas específicas que refletem
Pelo menos um pouco do sentimento intenso de vida, interferem...
Interferem no meu hoje, no meu instante agora, me repelem...

Eu fico querendo chorar, por que eu ainda sinto tudo
Mas não vivo o que sinto por que parece tão distante
Eu fico olhando a lua como um cão a beira do uivo
E a lua só serve de objeto que presentifica minha saudade
E cada mês que se passa em que aumenta a minha idade
Mas eu tento não lembrar pra não sofrer, de verdade...

Eu tenho uma vida mutilada, por momentos marcantes
Momentos que se tornaram mais do que importantes
Tornaram-se fundamentais, a ponto de eu me permitir
Ser marcado com sangue e fogo, e ao invés de chorar, sorrir

Eu agradeço cada oportunidade, pois o pouco em que existi
Eu tenho por certeza que eu fui feliz, muito, pois eu vivi
Só não gosto de ouvir essas canções, elas me lembram aeroportos
E essas lembranças de vistas por janelas nos ares me destroem
Eu sofro de forma tão intensa que sei, elas me corroem
E quem sou eu na minha limitação? Eu bem sei, somos seres marcados
E essa sede constante? Talvez fosse melhor viver nos sonhos irrealizados
Pelo menos eles teriam aquele sabor de desejo, de busca, fantasia

Talvez muitos digam simplesmente: tolo, sofre por pouco!
E eu vos digo simples: Sofro por sonhos nem menores, nem maiores
Sonhos, realizados, não realizados, que me fazem bem, que me causam dores

Se meu coração apenas se cala e chora, é pela certeza de que suas palavras
Seriam incompreendidas, pois ele fala uma língua mono,
Que só tem sentido quando eu me tranco e escuto o pranto
Dessas canções fortes, que me lesionam cortes, tanto, tanto...
É NÃO HÁ ALARMES, NÃO HÁ SURPREZAS, apenas saudades, tristezas
Saudades, saudades...

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