domingo, 20 de dezembro de 2009
HUMANOS MARCADOS
Tem tantas coisas que nos selam
Uma música específica, um cheiro
Uma roupa, um balançado de cabelo
Somos seres mutilados, cheios de temores
Medos irregulares, sentimentais, amores
E quando amamos, nos resguardamos, mudamos
É como se fossemos liquidificados por dentro
E é quando sentimos isso que nos fechamos
Como é que deixamos que nos marquem tanto?
E por que persistimos em marcar os outros?
É difícil identificar os sentidos
Como explosões simultâneas repentinamente
Tudo se concentra e se espalha ao mesmo tempo
Sugam energia e depois explodem fortemente
Nada fica tão próprio e ao mesmo tempo fica
Pois tudo que nos marca, um dia foi de alguém
Porém ainda hoje continua nosso e vive
As lembranças deviam sumir quando os amores fossem
Só assim nós poderíamos prosseguir felizes
Sem tanta gama de confusões e dores
Mas o que fazer se não for sossegar?
Tentar sublimar algo que nos atropela
Esquecer o que nos invade com gigantesca ansiedade
Aquietar o que nos faz sofrer com força brusca
E deixar de crer que existe uma única verdade
Aceitar a humanidade não é fácil
Então paremos de buscar perfeição
Somos seres errantes, mesmo marcados
Somos tortos, homens, vacilantes
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