sábado, 28 de novembro de 2009

LAMENTOS



Saiam daqui sombras que me perseguem a noite
Não quero por hoje ceder aos seus encantos
Pode persistir e tentar me seduzir como for
Hoje não, pois estou em lamentos por enquanto

É pra ler mesmo, se quiser pode até se queixar
Pois por mais que eu possa vir a questionar
Eu vou sempre ver aquilo que aflora no agora
Aquilo que me deixa assim, querendo ir embora

Mas tem coisas boas que impulsionam meu andar
Pode ser por rochas fortes ou por areias finas
Contanto que eu me sinta seguro e possa me apoiar
Talvez continue persistente em busca de minas

Essas coisas que às vezes me alegram e despertam
O desejo de correr ao seu encontro nestes dias
São as mesmas coisas que me tocam e me afetam
Mas me deixam livre, mesmo em noites congelantes, frias
Que mesmo sem querer às vezes fujo delas persistente
Mas é incrível, essas noites me perseguem tristes
E eu gritando, querendo o teu abraço mais ardente
Infelizmente não me dá nem me oferece, desististe

Talvez deva deixar minhas resistências de lado
E contentar-me com minhas canções melancólicas
Entregar-me a essas noites persistentes, eufóricas
E chorar em seus ombros ao sentir seu afago

Eu sei que mesmo sendo contaminado
Pela tristeza dessas noites frias
Elas cuidarão de mim sempre que precisar
Cantando com o barulho de ventanias
E me porá bem quieto em seus braços
Firmando mais uma vez alguns laços
Onde elas se comprometem em cuidar de mim
E eu me comprometo a não mais dormir

Ultimamente nas noites que mais espero que cheguem
É justo nelas que sozinho me encontro
Então transarei com você hoje, pois fui esquecido
Por quem eu queria, para o meu próprio espanto

Então paro por aqui, e vou copular agora
Engravido sim de você madrugada sedutora
Venha logo, me destrói de novo, me devora
Entrego-me a sua frieza móvel, encantadora

E por fim os meus olhos ficarão inchados
De lágrimas salgadas num mesmo instante
E me deitarei aqui no chão deste quarto
E como um morto me privarei de mim, calado.

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