terça-feira, 13 de abril de 2010

PRECISO SONHAR



Quero deitar e dormir por um mês
Descansar de todo o tempo corrido
E sonhar que sou uma folha seca
Soprada por um vento solto, perdido
Só acordar depois de ter percorrido
Todo o território da terra do nunca
Pois só lá, todo e qualquer perigo
Continua sendo sonho, e até o ruim
É mágico, é bom, é próximo, é rico

Me deixa sonhar, eu preciso realmente
Por um mês não me acorde, por piedade
Talvez assim eu descanse já. Agora!
Fugindo de toda e qualquer realidade

DOENTE



Eu me mutilo toda vez que encostado na parede sou
Pois percebo que escolhas tenho que fazer
E triste fico por só conseguir ver
Que não posso ser completo e sofro
Choro só em olhar pros dez braços que tenho
E ter que cortar um sequer deficiente
Para que de tantos, pelo menos um seja eficiente
Mas quando se trata de sonhos...
É tão difícil, me maltrata, eu fico tão doente

Eu queria ser a Björk
E fazer comigo o que ela faz
Queria ser Thom York
E viver uma arte minha, eficaz
Mas eu só faço chorar
É o caos que me ultrapassa
E me obriga a sublimar
Ai eu Choro,
Eu só faço chorar...

ESSE EU



Quem deve ser esse que habita em mim hoje?
Eu não me reconheço há algum tempo e bem sei
Que por mais que eu procure racionalizar...
Como irei organizar tudo que por vezes pensei?
De que esse Eu era forte, impetuoso e uno
Que me dava personalidade marcante. É errei!

Na verdade eu tinha era certeza que Ele era eu
Que esse Eu era como o olho potente de um psicopata
Um grito na garganta que não cessa, mas se resguarda
As garras de um gavião solto em ambiente desconhecido
Que me expõe às vezes, mas me protege quando preciso

Esse Eu não te mostra a ninguém,
Mas não te poupa de você mesmo.
É ruim descobrir que você não é tão onipotente
E que tudo o que existe de mais real em você
É justamente esse Eu que te fragiliza. Doente!

domingo, 11 de abril de 2010

ALMAS SOLITÁRIAS



Eu quero contar uma história pra vocês
De uma menina que carregava o coração
Em prateleiras a vista de qualquer freguês
Ou na mão de quem lhe desce uma canção

Na verdade todo o sentido de amar
Por tantos, falado e engrandecido
Não tinha para ela importância lá
E às vezes já tinha até esquecido
De que existia alguém a lhe esperar

Essa menina é representante
De muitas almas solitárias
Que desacreditadas do amor
E bem diferente das restantes
Resguardam-se em viver sozinhas
E percebemos sua carência gritante
Mas sustentam o discurso de alegria
Por dentro é tristeza e choro
Por fora bradam: sorria sorria!

Ainda mudarão de idéia um dia
Quando perceberem que amar
É mais que está junto de alguém
É viver sem medo de se enganar

É ter o prazer de ter um coração em mãos
E cuidar dele tendo a certeza que o seu
Não vai está em quaisquer prateleiras
Nem espalhado pelas ruas, no chão
Nem com qualquer galanteador
Que lhe oferecer uma canção
Mas com alguém que usurpe tua dor
Com aquele que só quer ver o teu bem
E prossegue acreditando no amor

segunda-feira, 5 de abril de 2010

QUASE UM ANO



Quase um ano todo de crescente amor
Como pode caber tanta coisa em mim?
Mas até que eu sei o porquê disso tudo
É que nunca ninguém me amou tanto assim

E se grato sou a alguém, esse alguém é você
Que mudou minha sorte de uma forma tão linda
E só hoje eu percebo que é mais que querer

Então só vou continuar, prosseguir em amar
Já que com você eu aprendi tanta coisa boa
Vou esperar seu sentimento me libertar
Por que se tem algo que eu sei sem segredo
É que o verdadeiro amor lança fora todo o medo

EU TE AMO!
E VIVA O VIVER
QUE ME TROUXE VOCÊ
E ME ENSINOU QUE APRENDER A AMAR
SÓ É POSSÍVEL AMANDO!

domingo, 4 de abril de 2010

QUEM ME DERA

Na dormida de minha perna
Quando formiga minha carne
Penso na noite passada dela

E quando ela passeia minha mente
Dominando o espaço completo
Grita com força meu corpo carente

Pois o que mais faço é desejar
Que pelo menos passe aqui perto
Distraída em seu caminhar

Quem me dera a encontrasse
E dissesse tudo o que eu quero
Só assim talvez ela falasse

Por que o que eu mais queria
Era apenas que me olhasse
E pelo menos me ofertasse
Um singelo e simples Bom dia!

sexta-feira, 2 de abril de 2010

DEIXA-ME MORRER




Se eu vivo não te ajudo tanto
Deixa-me morrer, me deixa
Se achas que não cuido de ti,
Prometo não existir mais queixa
Talvez se eu morresse, sumiria
Pois estando vivo, mas longe de ti
Seria só choro, eu sofreria
E eu morrendo quem sabe não sofro
E na tua vida não mais apareço
Pois não há nada pior para mim
Do que seu impetrado desprezo

POR FAVOR!



Não sei bem como expor isso
Mas eu te peço não assine
Esse sentimento me oprime
Pois te amar é meu ofício

Eu fico ferido por mim mesmo
Eu me afogo na minha desgraça
Contamino-me com a transparência
Dessa máscara velha, carcaça

To ficando fraco a cada queda
E aos poucos surto com o desprezo
Eu queria poder ser só orgulho
Pra ver se diminuía esse peso

Eu queria ser mais perfeito
Essa humanidade me enclausura
E se você por a mão no meu peito
Vai ver como é grande a fissura

Ferindo você na verdade me firo
A verdade do que sou desaparece
Por que quem mais amo chora
É nessa hora que sei fazer prece

Eu me aproximo do inferno
Quando me olho por dentro
Cada tijolo do castelo ruído
Em minhas costas doendo
Faz-me soltar um alto gemido

Você me dá um revolver sem gatilho
Covardia pra quem não quer sofrer
Se queria tanto me por de castigo
Conseguiu quando me impediu de você

Quando te olho me rastejo
E tenho certeza que neste dia
Sou um verme esquecido na pia
Sobre o resto de carne podre

Mas escuta um pedido meu
Não me nega o teu olhar
Não me doa o silêncio
Não me priva de ser teu
Mesmo que você não se doe
Deixa-me ser cativo teu
Deixa q tu seja o alvo
De tudo que construí em sonhos

Pode escolher não me amar
Mas me diz um bom dia
Dá-me tchau a meia noite
Deixa-se ser minha utopia

Por favor!