quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

ANO DOURADO!



Hoje é 31, é ruim o último dia do ano, ele me deixa tenso e vulnerável
Mesmo que eu esteja tranquilo, eu me sinto estranho e quebrantado
São 18:20, e a cada instante eu sinto aquela coisa estranha na barriga
Fico lembrando de muita coisa que aconteceu nesse ano, nessa vida
E sempre que se aproxima da meia noite eu sinto uma ansiedade única

Esse ano em especial eu to vulnerável demais, sem dúvida eu me permiti
E por ser o melhor ano da minha vida, eu tenho toda a certeza, eu vivi!
Eu sonhei demais em 2008, eu queria muita coisa, eu vislumbrava, desejei
E em 2009 tudo que parecia impossível se presentificou, eu realizei!

Nem quero parecer apegado demais, quero mesmo é que 2010 seja melhor
Mas é impossível que passe despercebido tanto sentimento, tanto amor
Tanta entrega, força, sonhos, intensidade, possibilidades e emoções
Olhar com os olhos diferentes para a vida e juntar, unir corações

Eu só posso agradecer a Deus, é, a Deus. Foi tudo para além do que pensei
Pessoas especiais, a banda mais especial pra mim, embala tanto que sei
Que irei viver muito ainda, pois me sinto impulsionado a sonhar bem mais
Esse ano foi escola, cresci, chorei muito, fui feliz, me doei, e tem mais...
Eu amei
e como amei...

Obrigado a todos que surgiram na minha vida trazendo cor, e obrigado aos que continuaram e me amam independente do decorrer dos anos e dos atos.

FELIZ 2010 PARA NÓS!

domingo, 27 de dezembro de 2009

VOU SER FELIZ



Deitado eu leio e releio
Algumas cartas sem nome
E aqui sem nenhum receio
Minha saudade some

Por que tenho vivido novidades
Tenho me conhecido diferente
E eu bem sei que nunca é tarde
Para se reconhecer gente

Acho que mesmo ainda inseguro
Nunca estive tão seguro como agora
Por isso pra mim mesmo juro
Vou ser feliz, já tá na hora

Sei que muitos falarão
Sem dó nem piedade
E com pedras nas mãos
Me odiarão de verdade

Mas é que por muito tempo ainda
Eu bem sei que não suportarei
O que quero é apenas paz

Então se me amam mesmo
Pelo menos me desejem sorte
Não fiquem me presenteando o inferno
Não me jurem castigos fortes
Não praguejem minha felicidade
Ainda sou o mesmo, só que agora
Amo de verdade e com verdade

O que eu sempre quis era que fosse eterno
Era proteger alguém, era apenas cuidar
E agora que tenho um Neném, me deixem
Permitam-me que eu reja minha vida
De mim cuido eu, não se queixem

Se gritam tanto meu erro na rua
Se torcem pela minha desgraça
Só tenho o que lamentar mesmo
Mas meu nome não fica sujo na praça
Pois o que mais prezo é o respeito
O cuidado, transparência, a verdade

Eu vou ser feliz como nunca foram
Verão em nós muita verdade e cor
E aplaudirão com força e em coro
Celebrarão e torcerão pelo nosso amor

sábado, 26 de dezembro de 2009

O MONTE



Calei-me para ouvir o silêncio
Bateu-me um desespero no começo
Mas logo depois me olho e penso
Não há o que temer, não há tropeço

Não há nada que possam me acusar
Pois de nada me escondo por ai
Calei-me apenas para ouvi-lo falar
Mas o silêncio insiste em insistir

Então deixa que eu suba no monte
Pelo menos hoje quero subir sozinho
Por que eu preciso me sentir forte
Por hoje, não me ofereça carinho

Pode me ver de longe
Sumindo à meia noite
Não pegue o relógio e conte
Não marque a estadia no monte
Não me espere por hoje
Não confunda meu nome
Só me deixe reviver uns momentos
Onde eu era suficiente
E não existia voz de lamentos

O candeeiro vai me guiar
Estou por ir, mas vou voltar
Amanhã tô aqui, tranqüilize
Vou lá para apenas pensar...

À ESPERA



A espera corrói o desejo forte
Ele pulsa insistentemente aqui
Cada dia que se prolonga mais
Faz a saudade doer dentro em mim

Promete pra mim uma noite toda
Se quiser nem precisa tirar a roupa
Basta me abraçar forte, deitar na cama
Baixinho no ouvido, dizer que me ama

Entrega-se todo em meus braços
Deixa-me ser todo teu meu bem
E nessa noite só será felicidade
Transformando-nos em um só Neném!

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

BELEZA DE PLÁSTICO



Menina moça, que pele linda
Brilha na luz, tu és dourada
Eu quero que sofras e sinta
Por que tua beleza me ofende
Como podes ser quase perfeita?
Que mesmo em foto se sente
Ao sair sorrindo em paisagens
Deixa capturada minha mente

Odeio-te por me decair assim
Por me ferir com esse brilho
Peço-te que faças por mim
Não vem desfilar tão próximo
Tentando me confundir

É para além do gênero, do sexo
É ser gente, viva, humana
Pois primeiro vem o encanto
E só posteriormente a cama

Beleza demais nem me excita
Só me enjoa e me deixa enfadado
Eu quero é ver a poesia que exista
Em cada atitude, cada passo
Então nem vem ser linda aqui
Pois o brilho que tu tens de sobra
Falta-te em poesia nos gestos
No jeito de ser que te contornas
Para que possa me inspirar versos

domingo, 20 de dezembro de 2009

HUMANOS MARCADOS



Tem tantas coisas que nos selam
Uma música específica, um cheiro
Uma roupa, um balançado de cabelo

Somos seres mutilados, cheios de temores
Medos irregulares, sentimentais, amores
E quando amamos, nos resguardamos, mudamos
É como se fossemos liquidificados por dentro
E é quando sentimos isso que nos fechamos

Como é que deixamos que nos marquem tanto?
E por que persistimos em marcar os outros?

É difícil identificar os sentidos
Como explosões simultâneas repentinamente
Tudo se concentra e se espalha ao mesmo tempo
Sugam energia e depois explodem fortemente

Nada fica tão próprio e ao mesmo tempo fica
Pois tudo que nos marca, um dia foi de alguém
Porém ainda hoje continua nosso e vive
As lembranças deviam sumir quando os amores fossem
Só assim nós poderíamos prosseguir felizes
Sem tanta gama de confusões e dores

Mas o que fazer se não for sossegar?
Tentar sublimar algo que nos atropela
Esquecer o que nos invade com gigantesca ansiedade
Aquietar o que nos faz sofrer com força brusca
E deixar de crer que existe uma única verdade

Aceitar a humanidade não é fácil
Então paremos de buscar perfeição
Somos seres errantes, mesmo marcados
Somos tortos, homens, vacilantes

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

MINHA MISSÃO



Eu estou pensando em te ter
E enquanto penso componho
Qualquer verso é pra tu vê
Que eu me esqueço de mim
Para me dedicar a você

Não que eu queira atenção
Embora eu queira, eu sei
Mas você completa a canção
Dá o tom perfeito, se sei...

Pensando em nunca mais
Deixar-te sem carinho, não!
Esquecer-te então, Jamais!
És direção no meu caminho

Só quero que prossigas todo dia
Amando e demonstrando assim
Pois entre todos que já ficaste
Diz que nenhum se igualou a mim...
Eu quero ser o que mais amaste
O homem mais importante pra ti

Meu lindo amor, só sei te querer
E por isso tranqüilize, pode sossegar
Pois ninguém mais me toma de você
Hoje eu sei, minha missão é te amar

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

ECLÍPSE



Quando seus olhinhos cansados de esperar
Gritam com lágrimas o sentido de amar
Eu me derreto de uma forma estranha
Pois seu sorriso vem e me arranha
Da forma mais difícil de explicar

Nessas horas eu me alegro por dentro
Tão feliz, que nem sei se consigo, mas tento
Encontrar uma forma de estender teu sorriso
Não parar de mimar você, te levar no paraíso
Para que encontres em mim tudo que precisar

Eu fico fantasiando, devaneando nas noites
Pensando como será quando as estrelas caírem
Nossas almas em um eclípse de amor se fundirem
E o meu corpo amparar o seu numa pura dança

Pois nosso amor é o rio mais límpido
Que insiste em sangrar todos os meses
Quando nem sempre, mas só às vezes
A gente insiste em querer perfeição

Então eu deixo viu, pode me arrastar
E enquanto me amar pode me obter
Pois de quem mais ainda posso ser?
Se não for só do meu Neném, do meu Bebê?

Nem me vejo em outros laços
Pois o mel dos seus abraços
Só me colam em você

Agora me prometa com um grito
Que todo o bairro ouça isto
Seremos pra sempre um só
Um só coração, um nó
A continuidade de uma canção
Cumplicidade e muito cuidado
Pois se um cair o outro levanta
Se um chorar o outro canta
Pra ninar, pra cuidar, amar.


Te amo Neném!

domingo, 13 de dezembro de 2009

MEMÓRIAS TORPES



Memórias torpes de um dia sombrio
Elas só me atormentam nessa tarde
De uma forma audaciosa e sutil

Pois em nada mais elas me comovem
Mas mesmo assim persistem veementes
Confundindo meu dia insistentes

Deixa que tentem e persistam
Nada mais me tirará do sério
Nem que por força consigam
Permanecerei firme e sóbrio

Prossigo na tentativa todo dia, insistente em minha rotina, encontrar uma alegria, motivo de ter mais força, esquecer dias sombrios, preenchendo esse vazio insistente, me domando, mesmo carente. Se quiser me pegar, pega, esqueço de tudo, vivo o agora, com você vou embora e felizes seremos, iremos? VAMBORA!

domingo, 6 de dezembro de 2009

VOU INDO!



A minha mente voa longe tem horas
Nesse tempo que te espero e nada...

Seu companheirismo me surpreende
Enquanto seu egoísmo me cala!

Deixa essa música tocar então
Pois quando você nos separa

Eu corro pra escrever bobagens
E essa solidão me ampara

Eu me canso ouvindo alguns gritos
São os brados do meu amor sozinho

Que quando é abandonado à noite
Soluça alto implorando carinho

Sei que é tolice continuar esperando
Não te preocupa se estou caindo

Não brigue comigo por estar amanhecendo
Só queria dizer eu te amo, vou indo!

...[4]

Algum dia eu queria de verdade encontrar
Alguém que me ensinasse o que nunca aprendi
Que se doasse e realmente cuidasse de mim
Que nunca me lembrasse o que eu nunca esqueci

E é tão ruim se esforçar mas não esquecer
Mesmo com todos os esforços para passar
O tormento doloroso de insistir mais uma vez
Em ser feliz e ser machucado por tentar amar

CIGANA PERDIDA



Pra onde vou cigana perdida?
Até tu que se perdeu nessa vida
Sabe mais do que eu algum caminho
Que me leve pra casa, me diga!

Tenho sido tão forasteiro
Tinha percorrido caminhos duradouros
Pensando que estes seriam certeiros
Eu mergulhei fundo na busca do ouro

Às vezes eu acredito mesmo
Que talvez eu não saiba mais voltar
Me diz Cigana, pra que eu me veja
E possa novamente me posicionar

Por que às vezes eu nem sei
Eu tento fugir do que sinto
Como se corresse contra o vento
Mesmo difícil continuo indo
E às vezes ainda consigo vencê-lo
Mas é só até o meio do caminho
Por que na hora que minhas forças acabam
Eu só caio no chão de joelhos
Ai choro, choro tão alto por dentro
Que até quem está totalmente por fora
Consegue ouvir o meu medo adendo
O mais grave de todos os berros
O mais intimo do meu desespero

Por que não me situo e tranqüilizo?
Hoje por alguns instantes pensei em morte
De novo me peguei pessimista, esquizo
Pensando de novo que estar feliz é sorte

Eu só queria poder sumir agora
Dissolver-me, por um instante
Ir embora...

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

MINHA VELHICE

Sinto-me um velho
Sem forças, que dó
Mas ainda assim
Corro de botas no pó
Pois o que seria
Meu exercício diário
Se não fosse me sujar
Me cuspir, dá trabalho?

Ser simpático não adianta
Chamar atenção só piora
E eu em minha velhice
Aqui me contento agora

Rabugento em tudo
Ríspido e abusado
E é só por isso
Que quando eu preciso
Fico abandonado

Bem feito pra mim
Se recolha sozinho
Quem mandou ser chato
Vá catar coquinho!

FRÁGEIS NO AMOR



Como a sensibilidade dos cristais
Existem pessoas tão frágeis no amor
É interessante como a essas pessoas
Muito é reduzido ao sofrimento e a dor

Um dia ainda entenderei a grandeza desse dom
É delas que surgem as mais belas expressões
Pois é como um grito preso na garganta, um som
Que se transforma no vômito mais colorido, canções

Elas se dispõe a sofrer por alguém
Elas se dispõe a sacrificar-se também
Fazem até o impossível se preciso for
Para convencer quem desiste do amor

Pelejam numa guerra incessante por paz
Para encontrarem quietude pros seus corações
Pois de tanto chorarem por sofrerem demais
Já estão calejadas de só terem paixões

Logo elas que almejam encontrar um amor
Daqueles que se conserva para sempre, amém!
E doar-se por inteiro e usurpar seu temor
Para ter uma pessoa a quem chamar de meu bem

É... não tem como fugir desse intenso ardor
Eu bem que queria não sofrer outra vez
Como as pessoas que amam com intenso fervor
Mas por mais que eu tente, eu me vejo em vocês

Pois atire agora com força a primeira pedra
Quem não sofreu, quem não morreu por amor
Pois podem até não serem tão sensíveis na certa
Mas aposto que já choraram lágrimas de dor

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

SÓ AMAR...



Felicidade é beleza intensa, é utopia imensa
Queria eu poder ser seu sem restrições agora
Pois nada é melhor que ter o que se quer na hora
Ainda mais eu que estou com uma saudade imensa

Vivo sim, vivo aqui e tento muitas coisas viu...
Tento te encontrar, tento muitas vezes te tentar
Mas afasta-me, aparta-me, me empurras, me surra
E eu só sei incessantemente prosseguir, continuar

Quando falta a voz, nada sei dizer
Mesmo que às vezes eu não queira doar
Agora que aprendi, o que posso fazer?
Só Amar, Amar, Amar, Amar, Amar...

PRECISO DESCANSAR



Rasteja como cobra que desdobra suas dobras já tem horas
Pois quando você sai, cai, some e qualquer coisa come,
Depois vem lamentar que seu pesar pesa mais que chute forte
Então do nada eu sumo, algo eu fumo e digo pra mim, SOME!

Se eu sumir o que acontece? Tu padeces? Ou facilmente me esquece?
Mesmo que não sofra se por acaso eu dissolva e com alguém me envolva
Eu sofreria por que te respeito e por que respeito é o meu defeito
Por mais que queira mal fazer, não sei dizer o que agora ecoa
Dentro do meu coração vagabundo, imundo por esse sentimento eleito

Eu elegi o vencedor e ele pode até cair do pódio com ódio de mim
Mas mesmo que me atormente, é somente com esse sentimento doente
Que talvez eu possa decidir de alguém conhecer o que realmente é amar
Então pode cair, fui eu mesmo que te pus ai. O que eu tenho em mente...
É maior que nós dois, você verá só depois que você se levantar e vencer
Que foi eu quem comprou o troféu, e por mais que pareça céu
Não é bem assim, é bem mais que tentar, é renunciar, é se dar
Mas eu sei que aprende, eu aprendi a correr e hoje só o que quero é andar!


Cansado de correr, preciso descansar...

domingo, 29 de novembro de 2009

SEM TÍTULO X

Deixe que apenas meu soluço fale
Cale-se tudo agora, por favor
Pois quando você me despreza assim
Se aproxima o medo de sentir essa dor
E essa dor que me joga com força,
Me faz sentir covarde, nú, sem roupa
Me deixa fragilizado, sem reação
E só me resta chorar por sangrar
Com tanta intensidade o meu coração

SEM TÍTULO IX

Pisa em mim
Machuca meu calo
Vai, faz assim
Que eu choro, nem falo

Mas se meu soluço
Incomodar seu ouvido
Não me fere avulso
Me corta unido
Me corta o pulso

Tá ferindo, tô dizendo
Se me ama, pára. Tá doendo!

EU SONHEI



Ontem à noite eu sonhei em te ter
E no meio da noite realmente eu sonhei
Fazia tanto tempo que não sonhava
Foi estranho, pois mesmo sem querer
Estávamos juntos e eu tinha você

Certo que foi só um sonho de novo
Mas era tudo muito real, eu senti
Talvez eu continue querendo tanto
Que esteja por aqui escapando
O local onde os desejos manifestam

Nós estudávamos juntos
E tudo que fazíamos era viver
Até os trabalhos de equipe
Eram compostos por eu e você

E justamente no sonho estávamos a realizar
Um trabalho de equipe que exigia cooperação
Prosseguíamos em uma pequena canoa a remar
E conseguíamos trabalhar em concentração
Pois a sincronia era tão boa e legal
Que um protegia o outro, segurava na mão
Se tivesse que correr, um sabia esperar
Uma cumplicidade boa, daquelas de invejar
Até por que éramos apenas uma das equipes
Existiam outras também em competição
E enquanto as outras discutiam como ganhar
Nós já vencíamos juntos por nossa união

Pena que era só sonho, então acordei
Olhei para o teto, era dia, vamos lá...
Levante-se, já passa das 7 da manhã
É hora da vida real, vá trabalhar!

sábado, 28 de novembro de 2009

LAMENTOS



Saiam daqui sombras que me perseguem a noite
Não quero por hoje ceder aos seus encantos
Pode persistir e tentar me seduzir como for
Hoje não, pois estou em lamentos por enquanto

É pra ler mesmo, se quiser pode até se queixar
Pois por mais que eu possa vir a questionar
Eu vou sempre ver aquilo que aflora no agora
Aquilo que me deixa assim, querendo ir embora

Mas tem coisas boas que impulsionam meu andar
Pode ser por rochas fortes ou por areias finas
Contanto que eu me sinta seguro e possa me apoiar
Talvez continue persistente em busca de minas

Essas coisas que às vezes me alegram e despertam
O desejo de correr ao seu encontro nestes dias
São as mesmas coisas que me tocam e me afetam
Mas me deixam livre, mesmo em noites congelantes, frias
Que mesmo sem querer às vezes fujo delas persistente
Mas é incrível, essas noites me perseguem tristes
E eu gritando, querendo o teu abraço mais ardente
Infelizmente não me dá nem me oferece, desististe

Talvez deva deixar minhas resistências de lado
E contentar-me com minhas canções melancólicas
Entregar-me a essas noites persistentes, eufóricas
E chorar em seus ombros ao sentir seu afago

Eu sei que mesmo sendo contaminado
Pela tristeza dessas noites frias
Elas cuidarão de mim sempre que precisar
Cantando com o barulho de ventanias
E me porá bem quieto em seus braços
Firmando mais uma vez alguns laços
Onde elas se comprometem em cuidar de mim
E eu me comprometo a não mais dormir

Ultimamente nas noites que mais espero que cheguem
É justo nelas que sozinho me encontro
Então transarei com você hoje, pois fui esquecido
Por quem eu queria, para o meu próprio espanto

Então paro por aqui, e vou copular agora
Engravido sim de você madrugada sedutora
Venha logo, me destrói de novo, me devora
Entrego-me a sua frieza móvel, encantadora

E por fim os meus olhos ficarão inchados
De lágrimas salgadas num mesmo instante
E me deitarei aqui no chão deste quarto
E como um morto me privarei de mim, calado.

PENSAMENTOS...



Que me invadem a noite
Que me consomem no dia
Que me rebelam nas tardes
E em madrugadas sombrias

Eles são como libélulas
Que voam por todo lar
Que batem asas e somem
E param em algum lugar
Lugar onde há campo bom
E seja fértil para pousar
Não existe espaço para culpa
Lugar leve e não tem pesar


Meus pensamentos procuram descanso, e é só quando pensam em ti que encontram onde repousar.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

... [3]

A Minha vida é um picadeiro
A noite ela é um palco iluminado
Mesmo aqui sozinho sem dinheiro
Eu continuo persistente no aguardo

Pode ser que alguém veja e se interesse
Por uma parte do meu pobre espetáculo
Que insiste em sair desta pobreza
Para ser de quem quiser vir alugá-lo

domingo, 22 de novembro de 2009

AQUELE LUGAR

Vamos apontar nossos dedos na cara do sol
E afrontar a petulância das ondas do mar
Ser mais brilhante e claro do que o alvorecer
E cantar mais bonito do que um Sabiá

Contornar a bela vista do Monte Sinai
Humilhar os lindos cisnes sem nenhuma dó
E com nossa beleza a cada amanhecer
Ser mais forte que tudo ao nosso redor

Vamos todos juntos para aquele lugar
Atrás da bela ideologia do bem incomum
Lá todos poderemos ser mais do que somos
Pelo simples princípio de sermos todos só um

ME DIGA



Levante-se, ande, prossiga,
Mais rápido e enquanto caminha
me diga...
A quem pertence o seu coração?
Se for meu, grita meu nome então.
Diz mais alto que o céu
Escreve na areia, no chão.

Pode parar por ai
Se não quiseres me ver
Basta apenas dormir

Não precisa esconder
Seu amor, seu querer
Basta apenas dormir
Dorme bem, meu bebê.

sábado, 21 de novembro de 2009

PSICOSE



Será que hoje ela explode?
Ou será que ela gira frenética?
Raciocina comigo, vê se pode,
Embora a idéia seja patética

Fechar os olhos assim, sei não...
Mas eu continuo neurótico dessa vez
Com tais delírios de perseguição
Ou como dizem, psicótico talvez

É patológico, é nebulose
É como dizem, fora do normal
São surtos, psicose, psicose
Coitado de mim tão irracional

Pra variar Catastrófico demais, eu em...
Meu olhar não é clínico, é vão
Vamos ver as fadas no divã meu bem?
Nada de ver quem elas realmente são

veja que lindo este mundo encantado
Onde todos amam uns aos outros
Ninguém nunca está desconfiado
E se desconfiam são bem poucos

Depositam confiança inabalável
Mesmo que existam muitas variáveis
Contribuintes para que nos vejam
Colados, indivisíveis, inseparáveis

Então vou entrar nesse delírio
Que nem chega a ser só meu
De um mundo perfeito, colorido,
E olha que o psicótico sou eu.

CALADA!



Eu vou sambando na rua
Eu vou correndo no morro
Eu pulo a cerca bem nua
Arrombo o cofre no soco
Vou roçar perna na perna
Vou olhar bem no teu olho
E no calor do momento
Vou deixar você de molho

Nem diga que sou perverso
Se deixo minha mão boba
Nem diga que eu não presto
Só por tirar sua roupa
Eu nem pisei no teu calo
Eu nem beijei tua boca
Então não fiz quase nada
Então se aquieta, CALADA!

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

QUE DESEJO É ESSE?



Meu pai que desejo é esse?
Que ao te ver tudo desconcerto
Que me perco e me tremo todo
Basta só tu chegar mais perto

Lembro logo dos momentos doidos
Daqueles que noites viramos
Onde ali ficamos tão afoitos
E em um só corpo nos juntamos

Quando toco tua boca louca
Descontrolada e insinuante
Só me lembro do quanto ela é boa
E me jogo nela inquietante
Não é mel e nem é leite moça
Não é Nestlé e nem é Parmalat
Que sabor que tem a tua boca?
Ela tem sabor de chocolate!

Olha o estado em que tu me deixas
A imaginar momentos tão ardentes
Nem te conto como eu me encontro
Pois até minhas mãos já estão quentes

Vai, me tenta nas manhãs certeiras
Que eu fujo lá para o teu quarto
E te pego mesmo que não queiras
E aproveito até que eu fique farto

Sabe o que eu queria pra amanhã?
Surpreender-te só por um momento
Recostar-te naquela parede
Levar-te pro céu dentro da rede

Da forma mais voraz, te amar
Fazer-te querer bem mais de mim
Percorrer-te com a minha língua
Cada pedacinho bom de ti

Ninguém toca mais o meu corpo
Nem encosta mais nos meus lábios
Ninguém detém mais o meu toque
Ninguém retém mais meus abraços

Só você que sabe do que eu gosto
Que é de você que eu mais preciso
Pois nem sei mais como que eu posso
Continuar se não for só contigo

domingo, 15 de novembro de 2009

MINHAS MÃOS




Minhas mãos estão estranhas
Não detêm o que mais querem
Meio limpas, muito secas
Com saudades, nem conseguem
Tudo aquilo por que buscam
E que longe lhes parece
Mas nem querendo se cansam
De pegar o que oferecem

Eu queria era sujá-las
No seu corpo mais suado
Dedilhá-lo, percorrê-lo
Arranhá-lo, conhecê-lo

Como sei que está difícil
Em meus bolsos eu as guardo
Talvez você sinta falta
Como eu, do seu afago

Veja bem, isso é maldade
Não mutile, não as corte
Eu te peço, não maltrate
Mesmo que não se importe

SEM TÍTULO VIII

Toda essa situação me faz tão mal
E eu percebo que não sinto sozinho
E é quando tento calar-me em mim
Que distancio do meu próprio caminho
Pois se eu caminho em certa sincronia
E de repente surpreendido eu fico
Diante dessas discussões doentias
Logo adoeço, sofro e choro comigo

sábado, 14 de novembro de 2009

BEM MEU!

Olha, você, perto,
Eu, doido, "facim"
Então, respiro, por,
Só, alguém, denomino,

Quando, senta, de mim
Fico, desconcentro, "facim"
Disfarço, fundo, quem?
Por, que, Neném.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

MEU COFRE



Estou pisando na lama preta excrementícia
Movendo-me, rastejando-me nesse chão imundo
Agachando, e desviando dos tomates podres
Mergulho em minha imundice cada vez mais fundo

O que teria de tão bom pra te oferecer
Se não for essa desgraça que me corrói?
Um medo intensificado de corromper você
Com essa agressividade que só te destrói

Essa parte horrenda de mim que ninguém ver
Que eu escondo tão bem que nem sei enxergar
É o que mais tenho medo de conseguir ser
Pois por mais que eu tente fugir, evitar
Acabo sempre em rondas e no mesmo lugar

Por isso que eu deixo o meu cofre trancado
Ninguém se atreverá a desvendar o segredo
Pois por mais que pareça bem nítido meu medo
Só eu tenho os pergaminhos do meu mundo calado

terça-feira, 10 de novembro de 2009

"ALÊGRIA"




Esse sol escondido nas nuvens
Essa árvore com sombra branda
É lugar para descanso e sonho
Onde o canário amarelo canta

Escrevo na terra seca, palavras
Do sentimento que aqui existe
É puro e límpido como muitas águas
É “Alègria” que em mim persiste

Sossegado hoje, tranqüilo aqui
Pensando, o vento me toca agora
Enquanto escrevo lembro-me de ti
Agora falta pouco, já vou embora

Caminho só comigo, passo a passo
Perdido em vãos questionamentos
Não sei mais de que forma eu faço
Para esconder todos meus lamentos

Vou me alegrar, olha as horas passando
Depois das 22:00 tudo ganhará mais cor
Não temerei a escuridão da noite chegando
Pois encontrarei com o meu lindo amor

domingo, 8 de novembro de 2009

ORGULHO DE NÓS

Como é bom pertencer a alguém
É como a força dos mares selvagens
Poder ter você pra chamar de Neném
E ser invadido por aquelas imagens

Só pela certeza de que você vem
Fico mais feliz quando finda o dia
É não conseguir mais pensar em ninguém
É ser surpreendido com a sua Alêgria

Ser só seu é está perto do céu
É provar da doçura mais doce
Chocolate com recheio de mel
Algo bom seja lá o que fosse

Não é apenas ter um compromisso
É a certeza de amar de verdade
Por mais ninguém eu senti tudo isso
Pois quase morro de tanta saudade

Todo dia, do levantar ao deitar
Quando acompanhado ou quando a sós
Só penso em você e fico a imaginar
O quanto eu tenho orgulho de nós

sábado, 7 de novembro de 2009

QUANDO DER


Que vontade de te abraçar agora
Quanta falta você faz nessa hora
Olha eu aqui sozinho na madrugada
Escrevendo poemas, sem fazer nada

Às vezes eu acho que tô me acostumando
Em te ter quando der, de vez em quando
Não gosto assim, mas vou fazer o quê?
Esperarei o necessário para ter você!

Preciso dormir, tô começando a cansar
Ficar sempre acordado ta me adoecendo
E dormindo eu posso com você sonhar
E pelo menos assim continuo te tendo.

SE PRECISAR DE MIM, TÔ AQUI...


É verdade que quando a gente quer
De verdade encontrar um amor
Daqueles que dure pra sempre se der,
Sempre aparece empecílhos e dor?

Sempre alguém que não aprova você
Que te difama e só espera a hora
Que muitas das vezes não quer nem saber
Fica na torcida pra você ir embora

Aí o chão desaparece de repente
Você Fica tão triste e sentido
Incompreendido no que você sente
Querendo chorar sai em busca de amigo

Mas cadê os amigos se não se enxerga ninguém?
Aonde estão os inimigos para que você os soque?
Todos eles sumiram repentinamente meu bem,
Mas se precisar de mim, to aqui, é só dá o toque!

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

... [2]

De mim só tenha certezas meu bem
O que falo pra ti é sincero demais
Acredite, por mim te amarei para além
Pois de ti não quero separar-me jamais

Coitados dos que pensam que ainda podem me ter
Só se iludem, pois minha história já traçada está
Não proíbo, podem até me tentar, me querer
Só não vão conseguir do meu bem me arrancar

MALA ESCURA




Se eu me trancasse em uma mala preta?
E me abandonasse em um bairro qualquer?
Talvez não ficasse nessa dúvida constante
De saber se você realmente me quer

Por que eu sozinho nessa mala escura
Provavelmente morreria por lá
E não sofreria pensando tanto em você
Que me nega às vezes a chance de amar

Sim, pois se fosse pra amar outro alguém
De que valeria o esforço em te ter
Enfrentar todos os medos e prosseguir
Dizer não pra mim mesmo e saber
Que quem eu mais quero desconfia
Que posso um dia de suas mãos escorrer?

Se for pra escorrer e cair noutras mãos
Deixe-me aqui nessa mala quieto
Prefiro ser só meu e não ter que sofrer
Do quê ser de outro alguém que não seja você

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

DEPOIS DE TER VOCÊ




Depois de sentir seu cheiro
Depois de te ter tão bem
Depois de beijar teu beijo
Posso até me perder, porém,
É mais fácil eu me achar aqui
E organizar toda a bagunça em mim
Dou um jeito de te pegar, querer
Pois se você se aproxima assim
Só me resta algo a fazer
Pode usar, abusar, consumir
Se doar, Se entregar, pra me ter
Basta apenas me olhar que eu vou
E me entrego totalmente a você


Por que neném,,, "Depois de ter você pra quê querer saber que horas são? Se é noite ou faz calor, se estamos no verão, se o sol virá ou não, ou pra que é que serve uma canção como esta? Depois de ter você, poetas para quê? Os deuses, as dúvidas, pra quê amendoeiras pelas ruas? Para quê servem as ruas depois de ter você?"

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

SEM TÍTULO VII

Olha eu ali, nunca me vi destes ângulos
Nunca me escondi dessa forma
Nunca evitei tais Triângulos
Mas talvez só assim haja norma

Eu e o caleidoscópio
Eu sou ele em minhas noites
Rondo o quarto e nem noto
Quando vejo to de um lado
Quando apago, me sufoco

Chega de andar, pare agora um instante
Bebe um gole e não respira
Não trabalhe hoje, apague a luz, avante
Durma e esqueça tudo, pira, pira...
Soca tua cara, vai, sugira
Sugira algo mais legal, pira, pira...

Deixa-me, não me obedeça
Seja rebelde, pelo menos hoje
Odeia-me, por favor, me odeia
Contradiga-me, esperneia
Não se conforme, não fica alheia
Não durma por essa noite, pira, pira...
Soca minha cara, vai, atira
Atira no meu peito, me vira, vira...
Vira tudo ao avesso, ao contrário
Por que eu nem sou um marionete
Nem você o meu chocalho

SEM TÍTULO VI

Eu vou correr muito, tanto que vou cansar
Talvez eu tropece nas pedras e me lance no mar
Qualquer corte profundo não se espante em ver
Talvez seja eu mesmo quem fez, nem foi você

Mas eu odeio ter que correr, desembestar
Mas o que posso fazer? Passar a noite acordado e chorar?
Às vezes cansa a vista, me deixa de olhos inchados
E eu odeio parecer fraco, odeio chorar por alguém
Até por que eu sei que nunca fui tão importante pra ninguém
Ou talvez só existiu um alguém que me zelou assim
Realmente só uma pessoa pode ter virado noites por mim
E talvez ainda vire e eu nem ligue mais pra ela
Nem quero me arrepender, só quero me sentir bem
Pelo menos hoje não vou vigiar teu sono, nem!
Vou ficar aqui feito tolo, me desgastando, sem... nada... sem... você... sem... ninguém!

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

CORTE-ME



Corte-me agora
Mutile meu pulso
Vem, me devora
Ou me deixe avulso

Deixa o vermelho escorrer
Deixa a noite espantar
Todo fantasma a vagar
Sem que eu precise correr

Que um mapa seja feito
E o vermelho não se apague
E que qualquer dor no meu peito
A nenhuma outra se iguale
Pois eu quero ter uma dor
Única em seus efeitos
Para que me marque como for
O corte e onde seja eleito

Escolhe o lugar então
Elege onde quer cortar
Corta na minha mão
Corta o meu calcanhar

Sou Aquiles, sou Aquiles, Sou Aquiles...

PARA OS AMIGOS QUE ME AMAM DE VERDADE,


Registrei em pedregulhos

Alguns nomes que são meus

Em uma forma de pedido

Nunca me digam adeus

Os preservo escondidos

Se assim preciso for

Pois de todos os amigos

Só alguns me têm amor




Para os amigos que me amam de verdade,
As peças que fundamentam meu caminhar.
Amo vocês!

terça-feira, 6 de outubro de 2009

O ABRAÇO



O MSN às vezes é cupido
Apresentou-me um alguém
E bastou apenas um sim
Pr'eu começar a chamar de neném

De alguma forma você me teve
E olha que nunca me dou
Talvez ao morder o "Tablito"
Ou quando simplesmente me olhou

Mas interessante foi o abraço
No amanhecer daquele dia
Nem mesmo todo o cansaço
Livrou-me da confusão tardia

Nem vou falar mais nada
Você já sabe tanto de mim
Espero de nada sintir falta
Vou apenas me jogar em ti

Apenas me leva
Ou então me dá você
Que eu te levo pra um ninho
E faço-te apenas querer
Estar nos meus braços
Recebendo carinho,
Muito carinho...

DISTRAÍDO

Meu papel de escritos perdido
Quem poderá achar e achar bonito?
Eu o perdi de propósito
Só pra ver se alguém entende o conflito
Pois se quem achar o papel me conhecer
E for um bom decifrador de metáfora
Vai bem depressa logo logo entender
Que estou perdido e não é de agora

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

CAVERNA ESCURA


Aquele brilho lá no fim
No fim dessa caverna escura
Ta piscando o olho pra mim
Enquanto esse espinho me fura

E é por que de tanto que fiz
Tentando proteger meu caminhar
Circundei até o caminho com giz
Para de forma alguma machucar

Mas é só entrar nesse espaço
Que essas trevas me assustam
E eu me lanço em seus braços
E de alguma forma sou curado

O escuro chega sempre
Numa hora ele invade
Mas se seu sussurro quente
Estiver no meu ouvido atento
Por mais que a ânsia aumente
Eu sei que o medo adendo
Passará despercebido,
Repentinamente.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

LEI!


VOLTA logo, vem...
Meu cobertor, eiii...
Congelando, frio, frio...
Congelando, Conge...
LEI!

DIAS?


Dias? Não, noites frias!
Frias, frias, frias...
Cadê meu cobertor?
Muito frio, sinto dor

Meus ossos quebram
Gemem, se retorcem
To curvado, me pesam
Escondo antes que peçam

Não vê minha mão
Já por que a privo,
Coma meu coração
Devore logo isso

Só vê meus pés
Por que os pus no mar
Justamente para salientar
Que querem descansar

Cansei do dia
Quero noites
Noites frias, frias
Mas dói, frias, frias...

NOITES!


Vento, vento, ventania
Sopro sopra esses dias
Frio, tão frio que dói
O gelo por dentro corroe

Mas quem pode ouvir?
Ninguém! Mas ainda assim
Mesmo eu disfarçando
Percebem diferença em mim

Eu só quero um cobertor
Vou ver se por esses dias
Me recosto, sem ventilador
Pra amenizar noites frias

Noites grandes, intermináveis,
Tudo escuro na rua agora
Essas madrugadas insaciáveis
Me deixam perdido por horas

Talvez eles passem bem lentos
E a espera por ver o amanhecer?
Só por que já não mais agüento
Parece até que não vai acontecer

Então só me resta escrever
Amanhã me perco por ai
Eu fico por aqui, vou beber
Ou vou ao cinema me distrair

Não pense que to sozinho
Você ta mais em mim que eu
Mas sinto falta do carinho
Mesmo distante, sou seu!

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

ANJO


Anjo, tu és divino e gracioso
Tem um mel que escorre da boca
E um veneno que me mata de amor

Anelo por tê-lo,
Pois tua companhia me seduz
Com a tua majestosa beleza

Entre tantos anjos no céu
Logo tu caíste em meus braços
E agora o que faço?

Eu respondo para mim
Vou tomar todo esse mel,
Vou provar do teu veneno
E se por ventura eu morrer de amor
Que não me enterrem
Deixe apenas que me consuma
Todo o ardor do seu querer
Que de longe é como pluma
Nada pesa, só me enche de prazer

Anjo me seqüestra
Anjo me desperta
Anjo e se for um sonho?
Anjo não me acorda
Anjo, não me liberta.

ENAMORADOS


O que é minha vida hoje, se não a ânsia por batalhar para realizar sonhos ao seu lado?
De intentos mil, o maior deles é que vivamos para sempre enamorados.
Mas se a batalha começou agora e ainda depende do nosso próprio cuidado
Só há uma certeza que me tranqüiliza, tira o temor e me deixa mais apaixonado,
É a certeza de que realmente existe o amor e que o nosso viverá e não será abalado

terça-feira, 22 de setembro de 2009

SEM TÍTULO V

Eu acho que tô confuso
O que eu ainda posso fazer?
Se tudo que quero, uso
O que mais falta pra dizer?

Eu apenas amo demais
E não exijo que me entenda
Mas alguma palavra sagaz
As vezes nem forçando me entra

É nisso que dá eu não ser mais meu
Pode até me chamar de hipócrita
Mas dizer que meu amor é uma icógnita
É duvidar do que a muito tempo é seu

Calar ou dizer?
Sei lá, pra que saber?
Prefiro apenas esquecer
Para que de alguma forma
da mais complexa ou simplória
eu nunca consiga, nem que eu tente,
desistir de você.

domingo, 20 de setembro de 2009

MEDO

Frágil como o cristal
Do encanto ao sim
De todas as outras em mim
Essa foi em espiral

O medo que houve
Era algo destonante
E foi de montante
Que nada ali mais coube

Talvez a noite passou
Foi rápida, metade
Mas pra falar a verdade
Na minha mente nada calou

Eu até me culpei
Sei lá, violência minha
Ou cuidado demais
mesmo assim machuquei

Me perdoe se sumi por hoje
Foi apenas defesa boba
Para não te machucar de novo
E não precisar mais ferir tua boca

terça-feira, 15 de setembro de 2009

O NOSSO AMOR


Me olha bem, encara minha boca
Consegue ver a secura por beijos?
Se toca então da loucura mais louca
Não posso mais controlar meus desejos

Não é por nada, mas ta bem complicado
De segurar meu instinto mais forte
Pois basta apenas estar ao teu lado
Que já começo a perder o meu norte

Eu e você somos chamas de fogo
Daquelas bem grandes, bem quentes
Que transformam ferro em ouro
“Quintura” de ranger os dentes

A culpa é sua que me toca assim
Pois é nesse toque que me perverto
Me assusto pois me perco de mim
E é difícil de me achar desse jeito
Se toda vez que me olhas de lado
Já me arrebata e no teu colo me deito
Percebe agora por que eu fico calado?
É só pra não gritar que preciso de beijo

Então beija minha nuca, puxa meu cabelo
Chupa minha língua, Morde minha boca
Deixa eu te por nos braços com o maior zelo
Geme e grita bem alto até você ficar rouca

Por que eu quero te ter, te engolir, devorar
Te despir dos segredos dos teus segredos
Te trazer a felicidade e poder te amar
Da forma mais bela e bem longe dos medos

Se mais uma semana eu tiver de esperar
Não fico sem plano, nem você fica sozinha
Nem se preocupe eu vou no seu trabalho implorar
Para que te demitam e você possa ser minha

Somos um, e eu te amo neném
Tenha certeza, você fez tudo certo, me ganhou
Pois o tempo preciso eu te espero, meu bem
E juntos construiremos o mais perfeito amor
O nosso amor!

sábado, 12 de setembro de 2009

SEM TÍTULO IV

Tem alguma coisa estranha no meu coração
O que é? Sei lá, não tenho ideia, nem direção
Ás vezes ele tem mania de doer, de gritar
E eu tentando lhe deter, lhe calar

Eu prefiro ele feliz, ele explode, sorrir
Mas quando ele tá estranho assim, nem sei
Só quer chorar e ouvir "Pra você eu guardei"
Numa mesma canção, a noite toda com Gal?
Ele não tá muito bem, isso deve ser um sinal

SEM TÍTULO III

Ah não, não vem com essa
Tô descrente de conversa
Nem prometa se não pode
Não simule, só confessa

Tudo bem se há motivos
Eu entendo com certeza
Só não responsabilize
Quem pra ti tem gentileza

Eu te amo, eu te espero
Eu engulo o necessário
Mas não me atiça que eu to quieto
O que eu queria era te dar
O mais perfeito aniversário

sábado, 5 de setembro de 2009

SE AFOGUE

Mergulha ali, acolar
Mergulha aqui, devagar
Afundi agora bem aqui
Se afogue em mim sem parar

Aos poucos vá, indecisa
Fique sem ar, mas consiga
Não pense nada, só morra
Se afogue em mim, prossiga.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

AQUELA MÚSICA




Engraçado como tudo funciona agora
Como uma brisa boa, que não vai embora
Toca meu rosto, me desvia o passo
Me empurra, me joga, me lança um laço

Incrível ouvir esse verso agora
Você realmente me envolveu
É justamente, nessa hora, no agora
Quando meus olhos vêem os teus

Como você pode ser tão perfeita?
Transformando meus sonhos em pulsação
Me deixando com uma maior certeza
A quem pode pertencer meu coração

Nossa, essa música, nossa música
Bagunça tudo, violenta a noção
Traz de volta o sonho, lateja
Quando ela toca cria o clima, a junção
E quando você me toca, hummm
É como se eu fosse dado de bandeja

Agora te olhando, depois dessas noites
É como se tudo fosse realmente possível
Agora poderia ser espancado em açoites
Nada me tragaria, a alegria, o exaltar
Da possibilidade de devanear
Com um novo encontro, um apropriação, um capturar

O silêncio agora fala tanto por nós
Ta vendo esse caos? Ele lembra você
Toda misturada, estranha, complicada
Mas incrívelmente pele, doce, leve
Você é a sede, a fome, a agressividade
Agora sei, você é meu instinto mais primitivo
Meu desejo mais poderoso,
Meu sonho mais insano, aquele doce, sabe?
Mais saboroso.

La vem essa música de novo
Não consigo parar de ouvir
Ela me despedaça em choro
Naquela parte específica, depois do coro
Quando queimamos em uma dança flutuante
Que nos move na contramão
E voamos em passos sincrônicos, sem direção
Sobre umas nuvens vermelhas que com esforço
Juntamos aos poucos com aquelas sacolas de mão

Lembra a gente correndo e pulando?
Atrás de capturar as nuvens?
Todos nos chamavam de loucos
Achando que não fosse possível
Capturar nuvem aos poucos
Ai lembro de novo da música
Por causa das benditas nuvens
Quem diria conseguimos tanto
Um numero expressivo ao ponto
De serem as testemunhas, as telhas
De momentos íntimos de constranger
De deixar as nuvens vermelhas
De vergonha por não poder
Viver a paixão com aquele ardor
Nem poder comer do fruto mais tentador
Do doce mais doce, o prazer

Me toca de novo então
Por favor me faz ser invisível
Suplantado, arrebatado, dilacerado
Pelo teu calor, tua força, teu braço
Me entorpece por favor
Me rouba, me perverte
Não deixa sobras, vai mais avante
Ri de novo envergonhada
Implorando um beijo, minha amada

Hoje eu digo aleluia!
Comprei até um abajur
Para pintar você a noite
Pois se algum dia tiver de partir
Te deterei em mãos e nos ouvidos
Pois eu pintei você em mim
E sempre que as nuvens vermelhas
Me lembrarem a dança fervente
Ao som da música, nossa canção
Que embalou por tanto tempo a gente
E nos uniu pra sempre
Mesmo que separados, mas unidos
Em um só coração
eu saberei e ainda crerei
Que o amor não é perfeito
Mas você é, é a perfeição.

domingo, 30 de agosto de 2009

SEM TÍTULO II

Óh cansaço, leve-me contigo
Usurpa meus medos
Me leva contigo
Para que eu desapareça completamente
Me leva contigo
Para que eu sofra muito menos
Me leva contigo
Que eu suma de vez
Que eu me perca por ai
Que eu me veja uma outra vez
Mas que não volte a cair

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

ISSO MOÇO, CAMINHE...


Deixa eu ver, como posso explicar...
Há uma gama de sentimentos aqui
As pessoas já começaram a notar
Que hoje estou fora de mim

Um montão de confusões
Me atormentam como demônios
Chegam a causar convulsões
Desesperar meus hormônios

Pare de se envolver tanto
Eu já falei, se concentre um pouco
Esquece isso por enquanto
Se aquieta, sinta-se solto

Lembre-se que apesar de tudo
Você se encontra consigo mesmo
E nesses encontros rotineiros
Você não se sente a ermo

Público, pessoas, gente
Sentimentos/estranhos/sentidos
Chega, por favor!
Pare de se sentir tão aflito

Suma agora, se jogue naquela esquina
Caia no boeiro, respire esse vento
Voe bem baixo, como a ave de rapina
Mas esqueça de tudo nesse momento


Isso moço, caminhe...
Vá embora, caminhe...
Suma, caminhe...
Caminhe...
Caminhe...

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

O MUNDO PERDEU AS CORES?


E agora, aonde foi parar aquilo?
Ultimamente tudo tem mudado
E agora, como eu me encaro,
Diante do tamanho disso?

Eu corro, eu me escondo
Às vezes me calo, me enfado
Mas às vezes não minto, me exponho
Nem que eu morra largado

E eu apenas me perguntando
Tudo tem se resumido em um ser
O mundo perdeu as cores?
Não! Elas foram parar em você

E realmente se existe razão
Ela está nesta simples afirmação
Porque quando penso
Que posso pensar em alguém
Só penso em você
Coitado de mim, meu bem
Que estou cativo assim
Doado por todo, por mente
Por focos, por olhos, de mim
Pra ti.

Se as cores estão em você
Vou pintar o quadro mais lindo
Se de tudo o que quero, é ver
Teus olhos e sorrisos surgindo
Para que ainda me preocupar
Em ser meu, me guardar
Se a idéia de ser meu ta sumindo
Só me resta a ti me doar

Não resta mais dúvida, meu amor colorido
De toda sorte de realizações possíveis
Você é como a força dos ventos varridos
Pois só você me domou assim
Teve a coragem de enfrentar meus medos
De me fazer sentir cheiros de carmim
Me fez destruir cercas, abrir selos

Realmente tudo foi parar em você
Meu centro de atenções,
Meu circo, meu espetáculo
A mais linda das atrações
Meu doce mais gostoso
Inspiração para novas canções

É só você neném, só você meu bem
E agora por certeza eu sei
Tudo se concentra ai agora
Não tenho mais o que temer
Nem por que ir mais embora.

...

Do meu veneno mesmo não
Você não prova, pois não deixo
Pode implorar, chorar por pão
Não te darei mais nenhum beijo

O movimento da minha língua
Percorre a boca até o queixo
Da mais ardente tentação
Do mais espantoso desejo

Por que você não se controla
E se apaixona facilmente
O jeito é eu não te dar bola
Ou sem aviso ir embora
Pra vê se me tira da mente

sábado, 22 de agosto de 2009

CÉU DE BRONZE



Olha aquele céu
O que será que aconteceu
O céu ta cor de bronze?
Ou já amanheceu?

Grita bem alto ai
Pra ver se alguém escuta de lá
Acho meio improvável resposta
Mas vai que me engano, sei lá
E se deus estiver dormindo?
Não, melhor não incomodar
Deixa, grita não, depois a gente vem tentar

Como assim você vem me interrogar
Sobre o que quero gritar no ouvido de deus?
Já devias saber, ou pelo menos fingir
Que sabe quais são meus sonhos
No quê eu quero prosseguir

Esqueceu que te quero pra sempre?
E talvez sozinho eu não consiga
E vai lá que deus esteja feliz hoje
E que toda a pregação prossiga
Ele pode nos ajudar

Mas com esse céu fechado
Como posso ser entendido?
Cala-te agora, ta impossível
Ou deus trancou o quarto
Ou ta se fazendo de difícil.

Mas e se ele não tiver disposto?
Nem quiser abençoar?
Se as pessoas que mais amamos
Vierem a nos abandonar?

De uma coisa eu sei
Pode o mundo desabar
De você não desistirei
E se os destroços me ferirem
Mesmo assim continuarei
Pisarei em espinhos
Mas pra você cantarei
Aconteça o que for
Em tempos difíceis ou não
Te amarei!

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

FALE-NOS AMOR...



Um dia o mundo inventou o amor
Em um plano odioso
Passando uma idéia de sabor
De um fruto delicioso
Escrito em papel de carta azul
Direcionado a um outro
Junto com um buquê de jasmins
E uma bomba no bolso

Foi assim que o amor despertou
Com uma idéia suposta de paz
De um alguém que só queria o bem
Este não encontrou jamais

O amor gera a guerra?
A paz também erra?
O erro espera de alguém
Uma reação suspeita de bem
Pelo menos uma prova
Uma resposta vinda do amor
Um por quê de tanta dor
Sua explicação, sua defesa
Ou simplesmente sua derrota, sua sentença

Fale-nos amor, não se acovarde
Por que mesmo depositando tanta fé
Por que mesmo acreditando tanto em você
Por que mesmo assim, nos traz tanto sofrer?

NESTES DIAS



Se vão, se vem, os dias, amém!

Nestes dias a fantasia é a única possibilidade
Nestes dias me escondo
Fecho a porta para a felicidade
Neste dias a única forma de ser feliz
É dizendo não pro real
Me abolindo de mim,
Fechando o canal
Olhando pros pés,
Buscar direção
Sem encontrar meu caminho,
Mas com os olhos nos pés
Esquecendo de mim e do meu coração

Nestes dias trago ao real o que não é meu
Com mascaras nas mãos
E os olhos nos pés
Com lágrimas no chão
Retornando ao lugar
Onde posso sofrer e chorar sem noção
Sem alguém pra dizer
Que sou fraco ou ladrão
Que me roubo de mim e prefiro a dor
Que prefiro sofrer e me privo do amor

Se retorno a ver
Há sorriso? Duvido!
Posso até dizer
Que estou centrado e enfim
Continuar escondido
E poder expressar
Minha fé, minha arte e meus pés,
Ou até uma parte de mim

Expressar para quem, se escondido estou?
Expressar para mim, meu narcísico amor?
Já que não posso amar, quem primeiro me amou
Continuo escondido atrás de minha flor

Nestes dias, viajo de novo
Nestes dias me afasto de mim
Olhando nos olhos da flor
Porém, evitando o jardim
Querendo a doçura do mel
Porém em minha boca o fel

Na busca incessante de retorno constante
Querendo ser o que jamais serei
Desejando ainda o que nunca terei
Continuando na fantasia evitando o normal
Gritando, implorando pelo gozo real
Que me falta e me mata, que me dói em lembrar
Que um dia fui seio e hoje tudo anseio
Sem nada poder esperar

Com a única certeza
Que a simplicidade e a delicadeza
Me aproxima de mim
E te afasta de mim
Te aproxima da máscara
Que antes estava em minhas mãos
Depois em meu rosto e agora em meu peito
No meu coração

Nestes dias só me restam:
Eu e a minha ilusão
Meus pés e minha solidão
A fantasia e a poesia
A arte e a melancolia
A dor e a nostalgia
O céu sem minha estrela guia
O perfume sem a flor verdadeira
A tentativa de uma vida inteira
Procurando a jóia primeira

Querendo ser um ser completo
Fugindo, fugindo, fugindo...
Querendo, querendo, desejando...
Escondendo, escondendo...
Meu segredo e a dor
Para evitar o meu fim
Para Tentar sobreviver
Mesmo que sem meu amor
Mesmo que sem ter você
Tudo isso nestes dias

SEM TÍTULO

É em infinitas noites sozinho
Que reconheço a carência, o vazio
Ficar assim doe tanto
Mesmo com tanta gente, por quê?

É como se fosse insaciável
E em minhas rotinas
Como se um rastro de choro
Fosse companhia até a esquina

Vívido em luz, luzes sombrias
Elas só iluminam minha desgraça
E agora, ela não precisa ser descoberta
Não precisam saber o que se passa

Se sozinho sofro assim, é por que
Quando me olho no espelho só vejo a mim
E é justamente eu, que mais me dá medo
É justamente nessa imagem que enxergo
Uma vida curta, um fim.

Talvez a demora em aparecer o sol
Para que eu possa ir me deitar
É o que mais me cansa
Enquanto for noite eu não dormirei
Eu simplesmente correrei e correrei
Em busca do quê, é que não sei
Talvez de uma paz que nunca terei
Por que sempre serei atormentado
Pelo pior dos fantasmas
O meu.

A FINITUDE DE UMA FLOR SOZINHA


Ela era uma flor
Pobre flor de encantos
Mas de repente aos prantos
Encontrou uma dor

Onde estava seu lenço?
Só pensou, em silêncio
A única lembrança, penso
De um antigo amor

Caminhou pelos lados
Sucumbiu seu cansaço
Com um grito engasgado
Outra lágrima rolou

O que na verdade atingia
Essa flor em sua estrada
É que antes ela tinha um guia
O tal lenço, seu mapa

Com tamanha tristeza
O que esta flor faria?
Talvez andasse pra sempre
Procurando alegria

Nada disso ela fez, nem muito menos faria
Ela apenas lançou-se em um lago sombrio
E seu olho atou-se, talvez com cenas felizes
Para que a tristeza aos poucos se fosse, sumisse

Que segredo se escondia
Por detrás de tal lenço
Ninguém nunca sabia,
Mas agora no vento
Todo ar de lamento
Em seu pequeno rosto
Desaparecia.

Sem adeus, sem partida
A flor sozinha sumia
Simplesmente afundava
Em sua finitude, morria...

sábado, 15 de agosto de 2009

ANALOGIA DE ESTADOS

Movido a dores?
Movido a amores?
Empurrado pela sorte
Ao penhasco da morte?

Pra que falar de amor?
A paixão vai tão bem
O desejo na carne
A alma desvairada
Sumida nas madrugas
Oh alma iludida
Será que procuras meu coração?
Será que não sabe que o amor
É uma doce ilusão?

Será egoísmo me privar dessa forma?
E se existe alguém sofrendo por mim agora?
Mas e a dor de estar perto?
Não sou do todo, não sou do grupo.
Se desejo vivo, se amo sofro
Se desejo fico, se amo fujo
Tristeza, felicidade, e...

Talvez não se entenda
Talvez nem queira
Ninguém precisa
Basta a cegueira
De decisões indecisas

Analogia de estados
Estados de sentidos
Sentindo os trapos
Ao sentir a vida
Seu trapo, minha vida?
Nada sua, nem tão pouco minha.

Caminhando por vias
Estranhas, alheias
Em minha própria mente
Dentro das veias
Será que é de gente
Essa forte candeia?
Que de forma atrevida
Arrebata minha vida
Estraçalha seguranças
Estupra meus laços
Deixa-me insano
Desvirtuando meus passos

E aquelas perguntas?
Movido? NÃO!
São tantas perguntas...
Só não me peça respostas. NÃO!
Não sou racional
Talvez saiba quem sou
Por analogias e poemas
Crônicas e dilemas

Como um sujo jornal
Que de velho rasgou
Foi jogado no lixo
E o farelo voou
Na verdade não sei quem sou
Sensível demais?
Uma mulher que gosta de mulheres!
Posso ser o que queres...
Porém, você nunca será
O que preencherá meu viver
O que me faz respirar

Só uma coisa me excita
E aquece meu coração
Nas madrugadas frias
SOLIDÃO!

MADRUGADA


Quando a noite se esconde
E a madrugada aflora
A janela aberta e o frio lá fora
Convidam-me insistentes
A sair voando, ir embora.

Percebo então nessa hora
Que o que muitos têm medo
A escuridão sedutora
É o meu gozo perfeito

Quando muitos cansados
Se deitam e dormem
Neste momento levanto e conto
Contos para ficar acordado
Para a noite dormir
E eu, enfim, abraçado
Com a madrugada me ir

Desconfiado dos sonhos
Sumido na rua a espreita
Excitado com corpos
Que dormem em meio à sarjeta

O frio aquece meu peito
A arte expressa alegria
A sombra e o silencio alheio
Me preparam p’rum cansado dia

Com asas em um mundo calado
Sobrevôo em largas estradas
Procurando um coração alado
Companhia para as madrugadas
Sem encontrar,,, retorno...
Para o meu mundo estranho
Ao ver a ponto do sol
Fecho a janela e sonho
Quando as pessoas levantam
Então em sono me tomo
Para viver irrealidades
Que de dia não ouso
E buscar por sons e verdades
Que só na madrugada ouço

É assim o meu jogo
Me entrego e me envolvo
Sem regras, sem obrigações
Apenas poemas e belas canções

Madrugada querida,
Não me iluda, me diga
Se me amas, me sara
Não apenas prometa
Que serás toda minha

Me envolve e fascina
Com estonteante beleza
Pros outros escuridão
Pra mim singela clareza

Oh madrugada amada,
Como ficará o meu ser?
Se um dia eu tiver de dormir
Não saberei mais viver

ÁRVORES PESSOAS


Pessoas, pessoas,
Singelas, soberbas
Às vezes classudas
Às vezes caretas
Algumas confusas
Algumas certezas
São todas pessoas
São todas beleza

Árvores, árvores
Tão verdes, cansadas
De ficarem eretas, paradas
De serem cúmplices
De serem chamadas,
A presenciar amores
Abandonos, caminhadas

Eu sou a lenha cortada
Repartida, esmiuçada
Eu já fui árvore, já fui usada
Já fui ouvido, já fui chamada
Presenciei carinhos
Choros, soluços, engasgadas
Tristezas, solidão e passeatas
Em minha defesa?
Mentira deles, mentiras
Por quem eu acreditava
Que pudesse ser amada
Foi justamente o engano
Fui cortada.

Pensa que aprendi?
Mesmo desconfiando
Continuo a insistir
Agora vou ao fogo
Ser brinquedo de quadrilha
Vou desaparecer, sem partida
Sem tchau, sem despedida
Talvez um dia volte
Na raiz de uma nova árvore
Para ser tudo de novo
Menos o que eu mais tema
Aparentemente mais desejoso
O que no ouvido mais soa
O que eu queria mesmo?
Simplesmente ser pessoa!



Dedicado a um amigo muito especial.

SABE...




Sabe um mundo desabando
E você não escuta o barulho
Só sente algo estranho
No estômago um embrulho
Pupilas dilatadas
Sentimentos misturados
Coração na garganta
Pedaços despedaçados

Como se você flutuasse
Sem chegar a lugar algum
Só saísse sem se preocupar
Sem ao menos saber se vale
Mas sabendo que pode ser que seja
Que é só você que realmente sabe

Sabe uma voz chamando de longe
Você já ouviu aquilo antes
Mas não sabe de onde
Talvez na infância
Ou num sonho infame
Mas a voz te chama
E ela vem de longe

É sair gritando nu, desesperado.
Como se quisesse ser liberto
E ao mesmo tempo aprisionado
Uma sensação tão intensa
É um querer desenfreado
É produzir sintoma a todo instante
Só em pensar no desejado

Grito tanto e não sai voz
Você corre e nunca chega
Mesmo com gente se sente só
Como se caísse de um penhasco
De olhos fechados sentisse o asco
Ao tocar o chão com os pés descalços

Nem sei o que tento explicar
O que sinto enquanto escrevo
Ao som de canções que me fazem
Sentir mais de perto o desejo
Sonhar com o dia, a imagem
Do que antes estava tão longe
E agora talvez na garagem
Produz sensações vacilantes

Será que o presente me estraga?
Tudo é tão inquietante!
Será que prefiro o impossível?
O improvável? O inconstante?
E a libido que invisto agora?
Nesse objeto tão forte, gigante.
Não faço mais nada,
Não mato, não morro
Não fumo, não bebo
Não estudo, não trabalho
Só me alegro e sofro
Sinto um calor, um gelo
Tudo unido, misturado
Junto, condensado
Tento gritar, um apelo
Mas não sai voz, não tem jeito.

Penso em me lançar
Deixar que isso tudo me leve
Mas se não suportar?
Se eu me devorar?
Meu pobre coração, como será?
Ansiedade? Ansiedade!
A resposta pra tudo? Não acharás!
E se isso tudo for amor?
Será q vale a pena amar?
Se amar vou morrer,
Tenho certeza, não vou suportar.

Eu vou tentar ficar quieto
Respirar fundo
Cantar “Esquadros”,
Contar até mil
Deitar no chão do quarto
Olhar pro teto e sentir frio
Vou me enrolar no lençol da noite
Mas vou desligar a tv,
O rádio, o pc

Vou sumir de mim,
Se alguém me achar, não sei
Como será que me encontrará?
Talvez apagado, verei
O que não poderia imaginar
Mas acordado tentei

Se for tão real tudo então
Eu não consegui, mas pensei
Se realmente for possível amar
Tenho certeza, morrerei.

DOCE ILUSÃO





Só vi de repente
Mas me decaiu
Vi-me de joelhos
No reflexo, teus cabelos
Você sorriu?
Acho que sonhei
Eu só te olhava quando acordei
Com a vista mais bela
Me deparei
Se eu não fosse tão emocional,
Não diria: “me apaixonei”

Aqueles pés...
As unhas vermelhas
Piscavam pra mim
Nas sandálias rasteiras
E as pernas compridas...
Uma bela excursão
Só me desconfortava
Ao buscar direção
Eu caçava os teus olhos
Não querendo os ter
Porém quando me viam
Me invadiam
Me deixavam a mercê

Foram 30 minutos
De inquietação e desejo
Força e calor
Fantasiando teus beijos
Já sonhava com filhos
Casamento eterno
Uma vida recíproca
De carinho e afeto

Eu não estava ali
Eu estava em ti
Vislumbrado, em te ver
Aterrorizado em sentir
Tanto desejo em te ter, em te possuir

Teu olhar invasor
Tão rápido, sedutor
Refreava meu ar
Sufocando, indolor
Me sentia asmático
Em pensar em pensar
Que poderia ser minha
E pra sempre te amar

Te guardaria em secreto
Pra ninguém te olhar
Mataria, morreria
Para te conservar
Se a eternidade é pouca
Pra ter teu coração,
E beijar tua boca?
Quantas eras serão?

Quando se aproximou
Fechou os olhos, sentou
Ai meu deus, acelerou
Meu pobre coração
Quase parou
Fechei os olhos também
Desconfiado em abrir
Queria apenas uma coisa
Queria te ver sorrir
Talvez se sorrisse
Eu tomasse coragem, ou fugisse
E agora o que faço?
To perdido, pacato
To tenso, mesmo sem querer
Te acho, no pensamento

Nossa, fui bobo
Devia ter sorrido,
Me declarado, me dado
Mas fui banido
Por mim mesmo,
Pelo medo, retraído

Minha coxa em tua coxa
Fiz questão de tocar
Pelo jeans, pela pele
Te sentir, te cheirar
Com o suor escorrendo
Te engolir, devorar
Mas que dor eu senti
Em ter que desgrudar
Minha perna da tua
Despedir-me, voar

Me afastando aos poucos
Foi que eu pude notar
Tua busca incessante
Em um ultimo instante
Com o olhar pequenino
Me pedir pra ficar
Só baixei a cabeça
Caminhei perturbado
Só pensava: ”que burro,
Te deixei escapar”

É, Talvez meu destino
Seja a busca eterna
Por não mais ser sozinho
Mas te ter sem espera
Mesmo apenas em sonhos
Mas te ter sempre perto
Me fundir com você
Em fantasias, protestos

Por certeza terá,
Solidão não mais será
Detentora dos versos
Que eu compor ao luar

Pra quem me roubou de mim
Eles dedicados serão
Pra você oh mulher
Minha doce ilusão.