domingo, 28 de fevereiro de 2010

TOC...

Escondido nos arbustos robustos
Furei-me com um espinho de cacto
E justo a única roupa que uso
Acabou se tornando um trapo

Farelo de roupa, jogo no ralo
Entupo já a pia, crio um calo
De tanto fazer o mesmo movimento
Rotatório na língua, nem falo

TOC, TOC, TOC...
Ninguém bate na porta, não se preocupem
É apenas um transtorno, nem se culpem
Olha! Um calo novo, de novo
Ansiedade... Vou comer um ovo!

NIRVANA



O que é aquilo lá na ponte?
Sou eu mesmo latejante?
Como posso me ver de fora
Mesmo estando tão distante?
É o último suspiro agora

Saio hoje do meu corpo,
E enquanto o vejo sumo
Tudo repentinamente
E um breve resumo, presumo
Passa agora em minha mente

Um resumo doloroso
De saudade, não de gozo
Embriaga-me justo agora
Quando a imagem vai embora

Mas se ainda estou pensando
Como posso ter sumido?
Será que estou sonhando?
E o que é tudo aquilo?

Vem se aproximando tão rápido
Parece um retrato, mas tem movimento
Como em um flash, num rapto
Sou tragado, ligeiro, num momento
E essa alegria? Quem levou meu lamento?
A confusão sumiu, me sinto tranqüilo
É tão lindo, assustadoramente lindo
Uma árvore no centro, frutas vermelhas
Um pássaro que voa baixo, uma ladeira
Grama verde onde os pés desaparecem
Um vento que não faz frio, aquece
É tudo muito nítido, claro
E do lado da árvore um lago
Que lugar é esse? Tenho paz, sinto
Lugar lindo, estranhamente lindo!

Mas e as pessoas que amo, onde estão?
Nesse lugar só dá vontade de correr
Nem peso há! E o meu culto a solidão?
No meu coração aqui nem sinto querer

Então prosseguirei em correr, correrei
E enquanto corro, um coro cantarei
E se esse vento que me toca, me soprar
Eu o deixarei me levar e voarei

É como se estivesse numa cama
Acho que estou me tornando o nada
Não me vejo, será o "Nirvana"?
Desaparecendo de novo, me fala
Nada de sons, não ouço mais nada
Só perfeição, sinto-me completo
Então ficarei quieto, quieto...

Flutuando, flutuando, sem fim...
Vou-me indo, vou-me ando, voando,
Voando...

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

MINHA REFERÊNCIA MAIOR



Linda, delicada e corajosa
Ela é flor do meu jardim
Ela a rosa mais cheirosa
Sua importância para mim
É como a água para a corsa
Por isso não suma daqui
Fica por perto, me abraça
Sou um dependente de ti
Amarra-me a ti, me laça

Por que se em algum momento tu chorar
Eu estarei aqui pra te dá meu braço
E se em algum momento fraquejar
Eu serei tua muleta, teu apoio
Para que possa sempre em mim confiar

Pois se há alguém em quem me orgulho
Esse alguém é você, minha referência
Quando preciso é você que eu chamo
E é gritando pro mundo que eu digo
Minha linda mãinha, EU TE AMO!




Parabéns mãe, pelos seus 46 anos, minha referência maior é você, te amo!

domingo, 21 de fevereiro de 2010

CURA



Olha o que eu arranquei
E pelo asfalto arrastei
Isso mesmo, meu coração
Sei que nem é mais meu
Mas joguei-o no chão

Foi num momento de rápida ira
E agora que o maltratei
Não sei como fazer, me jura...
Toma, guarda-o, cuida, cura
Por favor
Meu amor
Cura!

CORRIDA



Existe uma corrida realmente
Aquela famosa, pelo pote de ouro
Quem diz que é fácil ganhar, mente
Mas eu não desisto, e prossigo
A esperança me eleva fortemente
E eu descanso a cada novo suspiro

Mesmo com os joelhos vacilantes
Eu consigo diante da dor insistente
Prender as lágrimas gritantes
E esconder o cansaço latente

No meio do trajeto dessa corrida
O tanto que ganhamos, nós perdemos
Guardamos bens, desprezamos vidas
E nem notamos que entristecemos
Então, se encontramos um amor
É ele que nos ensina a querer
Trocar a pressa e o tesouro
Pelo verdadeiro amor e viver



É o verdadeiro amor que nos cura e dá sentido e importância a vida
Não são as certezas prontas e vendidas, mas aquilo que oferecemos
Sem preço e sem interesse, é doar, é querer fazer feliz, é cuidar
Só assim abandonamos a corrida, trocamos a pressa pela calma
E vivemos a intensidade de amar sem medidas.

ESCREVER



Escrever às vezes se torna escape
Esconderijo da minha covardia
Da desgraça á beleza, disfarce
Uma espécie de caverna, moradia

Por que é quando eu mais preciso
Olhar pra minha ruína triste
Que eu corro e escrevo contrito
E afasto de mim o que existe...
De mais verdade, de mais certeza
Minha humanidade, minha fraqueza

sábado, 6 de fevereiro de 2010

IMENSURÁVEL



Será que não se lembra mais?
E eu fico aqui tão carente
Um choro engasgado, crente
Que tudo vai passar em mim
E eu vou te ter de novo aqui

"É tão difícil olhar o mundo e ver o que ainda existe
Pois sem você meu mundo é diferente, minha alegria...
É triste!"

Só me resta esperar mesmo até onde agüento
Que meu peito pulse e minha garganta brade
O que meu coração sofre nesse momento
Não é bobagem, é medo, é por isso o alarde

Eu não vou escrever muitas palavras
Quero apenas nosso amor feliz, saudável
Terás sempre por inteiro o melhor de mim
Pois eu te amo do tamanho do imensurável