domingo, 29 de novembro de 2009

SEM TÍTULO X

Deixe que apenas meu soluço fale
Cale-se tudo agora, por favor
Pois quando você me despreza assim
Se aproxima o medo de sentir essa dor
E essa dor que me joga com força,
Me faz sentir covarde, nú, sem roupa
Me deixa fragilizado, sem reação
E só me resta chorar por sangrar
Com tanta intensidade o meu coração

SEM TÍTULO IX

Pisa em mim
Machuca meu calo
Vai, faz assim
Que eu choro, nem falo

Mas se meu soluço
Incomodar seu ouvido
Não me fere avulso
Me corta unido
Me corta o pulso

Tá ferindo, tô dizendo
Se me ama, pára. Tá doendo!

EU SONHEI



Ontem à noite eu sonhei em te ter
E no meio da noite realmente eu sonhei
Fazia tanto tempo que não sonhava
Foi estranho, pois mesmo sem querer
Estávamos juntos e eu tinha você

Certo que foi só um sonho de novo
Mas era tudo muito real, eu senti
Talvez eu continue querendo tanto
Que esteja por aqui escapando
O local onde os desejos manifestam

Nós estudávamos juntos
E tudo que fazíamos era viver
Até os trabalhos de equipe
Eram compostos por eu e você

E justamente no sonho estávamos a realizar
Um trabalho de equipe que exigia cooperação
Prosseguíamos em uma pequena canoa a remar
E conseguíamos trabalhar em concentração
Pois a sincronia era tão boa e legal
Que um protegia o outro, segurava na mão
Se tivesse que correr, um sabia esperar
Uma cumplicidade boa, daquelas de invejar
Até por que éramos apenas uma das equipes
Existiam outras também em competição
E enquanto as outras discutiam como ganhar
Nós já vencíamos juntos por nossa união

Pena que era só sonho, então acordei
Olhei para o teto, era dia, vamos lá...
Levante-se, já passa das 7 da manhã
É hora da vida real, vá trabalhar!

sábado, 28 de novembro de 2009

LAMENTOS



Saiam daqui sombras que me perseguem a noite
Não quero por hoje ceder aos seus encantos
Pode persistir e tentar me seduzir como for
Hoje não, pois estou em lamentos por enquanto

É pra ler mesmo, se quiser pode até se queixar
Pois por mais que eu possa vir a questionar
Eu vou sempre ver aquilo que aflora no agora
Aquilo que me deixa assim, querendo ir embora

Mas tem coisas boas que impulsionam meu andar
Pode ser por rochas fortes ou por areias finas
Contanto que eu me sinta seguro e possa me apoiar
Talvez continue persistente em busca de minas

Essas coisas que às vezes me alegram e despertam
O desejo de correr ao seu encontro nestes dias
São as mesmas coisas que me tocam e me afetam
Mas me deixam livre, mesmo em noites congelantes, frias
Que mesmo sem querer às vezes fujo delas persistente
Mas é incrível, essas noites me perseguem tristes
E eu gritando, querendo o teu abraço mais ardente
Infelizmente não me dá nem me oferece, desististe

Talvez deva deixar minhas resistências de lado
E contentar-me com minhas canções melancólicas
Entregar-me a essas noites persistentes, eufóricas
E chorar em seus ombros ao sentir seu afago

Eu sei que mesmo sendo contaminado
Pela tristeza dessas noites frias
Elas cuidarão de mim sempre que precisar
Cantando com o barulho de ventanias
E me porá bem quieto em seus braços
Firmando mais uma vez alguns laços
Onde elas se comprometem em cuidar de mim
E eu me comprometo a não mais dormir

Ultimamente nas noites que mais espero que cheguem
É justo nelas que sozinho me encontro
Então transarei com você hoje, pois fui esquecido
Por quem eu queria, para o meu próprio espanto

Então paro por aqui, e vou copular agora
Engravido sim de você madrugada sedutora
Venha logo, me destrói de novo, me devora
Entrego-me a sua frieza móvel, encantadora

E por fim os meus olhos ficarão inchados
De lágrimas salgadas num mesmo instante
E me deitarei aqui no chão deste quarto
E como um morto me privarei de mim, calado.

PENSAMENTOS...



Que me invadem a noite
Que me consomem no dia
Que me rebelam nas tardes
E em madrugadas sombrias

Eles são como libélulas
Que voam por todo lar
Que batem asas e somem
E param em algum lugar
Lugar onde há campo bom
E seja fértil para pousar
Não existe espaço para culpa
Lugar leve e não tem pesar


Meus pensamentos procuram descanso, e é só quando pensam em ti que encontram onde repousar.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

... [3]

A Minha vida é um picadeiro
A noite ela é um palco iluminado
Mesmo aqui sozinho sem dinheiro
Eu continuo persistente no aguardo

Pode ser que alguém veja e se interesse
Por uma parte do meu pobre espetáculo
Que insiste em sair desta pobreza
Para ser de quem quiser vir alugá-lo

domingo, 22 de novembro de 2009

AQUELE LUGAR

Vamos apontar nossos dedos na cara do sol
E afrontar a petulância das ondas do mar
Ser mais brilhante e claro do que o alvorecer
E cantar mais bonito do que um Sabiá

Contornar a bela vista do Monte Sinai
Humilhar os lindos cisnes sem nenhuma dó
E com nossa beleza a cada amanhecer
Ser mais forte que tudo ao nosso redor

Vamos todos juntos para aquele lugar
Atrás da bela ideologia do bem incomum
Lá todos poderemos ser mais do que somos
Pelo simples princípio de sermos todos só um

ME DIGA



Levante-se, ande, prossiga,
Mais rápido e enquanto caminha
me diga...
A quem pertence o seu coração?
Se for meu, grita meu nome então.
Diz mais alto que o céu
Escreve na areia, no chão.

Pode parar por ai
Se não quiseres me ver
Basta apenas dormir

Não precisa esconder
Seu amor, seu querer
Basta apenas dormir
Dorme bem, meu bebê.

sábado, 21 de novembro de 2009

PSICOSE



Será que hoje ela explode?
Ou será que ela gira frenética?
Raciocina comigo, vê se pode,
Embora a idéia seja patética

Fechar os olhos assim, sei não...
Mas eu continuo neurótico dessa vez
Com tais delírios de perseguição
Ou como dizem, psicótico talvez

É patológico, é nebulose
É como dizem, fora do normal
São surtos, psicose, psicose
Coitado de mim tão irracional

Pra variar Catastrófico demais, eu em...
Meu olhar não é clínico, é vão
Vamos ver as fadas no divã meu bem?
Nada de ver quem elas realmente são

veja que lindo este mundo encantado
Onde todos amam uns aos outros
Ninguém nunca está desconfiado
E se desconfiam são bem poucos

Depositam confiança inabalável
Mesmo que existam muitas variáveis
Contribuintes para que nos vejam
Colados, indivisíveis, inseparáveis

Então vou entrar nesse delírio
Que nem chega a ser só meu
De um mundo perfeito, colorido,
E olha que o psicótico sou eu.

CALADA!



Eu vou sambando na rua
Eu vou correndo no morro
Eu pulo a cerca bem nua
Arrombo o cofre no soco
Vou roçar perna na perna
Vou olhar bem no teu olho
E no calor do momento
Vou deixar você de molho

Nem diga que sou perverso
Se deixo minha mão boba
Nem diga que eu não presto
Só por tirar sua roupa
Eu nem pisei no teu calo
Eu nem beijei tua boca
Então não fiz quase nada
Então se aquieta, CALADA!

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

QUE DESEJO É ESSE?



Meu pai que desejo é esse?
Que ao te ver tudo desconcerto
Que me perco e me tremo todo
Basta só tu chegar mais perto

Lembro logo dos momentos doidos
Daqueles que noites viramos
Onde ali ficamos tão afoitos
E em um só corpo nos juntamos

Quando toco tua boca louca
Descontrolada e insinuante
Só me lembro do quanto ela é boa
E me jogo nela inquietante
Não é mel e nem é leite moça
Não é Nestlé e nem é Parmalat
Que sabor que tem a tua boca?
Ela tem sabor de chocolate!

Olha o estado em que tu me deixas
A imaginar momentos tão ardentes
Nem te conto como eu me encontro
Pois até minhas mãos já estão quentes

Vai, me tenta nas manhãs certeiras
Que eu fujo lá para o teu quarto
E te pego mesmo que não queiras
E aproveito até que eu fique farto

Sabe o que eu queria pra amanhã?
Surpreender-te só por um momento
Recostar-te naquela parede
Levar-te pro céu dentro da rede

Da forma mais voraz, te amar
Fazer-te querer bem mais de mim
Percorrer-te com a minha língua
Cada pedacinho bom de ti

Ninguém toca mais o meu corpo
Nem encosta mais nos meus lábios
Ninguém detém mais o meu toque
Ninguém retém mais meus abraços

Só você que sabe do que eu gosto
Que é de você que eu mais preciso
Pois nem sei mais como que eu posso
Continuar se não for só contigo

domingo, 15 de novembro de 2009

MINHAS MÃOS




Minhas mãos estão estranhas
Não detêm o que mais querem
Meio limpas, muito secas
Com saudades, nem conseguem
Tudo aquilo por que buscam
E que longe lhes parece
Mas nem querendo se cansam
De pegar o que oferecem

Eu queria era sujá-las
No seu corpo mais suado
Dedilhá-lo, percorrê-lo
Arranhá-lo, conhecê-lo

Como sei que está difícil
Em meus bolsos eu as guardo
Talvez você sinta falta
Como eu, do seu afago

Veja bem, isso é maldade
Não mutile, não as corte
Eu te peço, não maltrate
Mesmo que não se importe

SEM TÍTULO VIII

Toda essa situação me faz tão mal
E eu percebo que não sinto sozinho
E é quando tento calar-me em mim
Que distancio do meu próprio caminho
Pois se eu caminho em certa sincronia
E de repente surpreendido eu fico
Diante dessas discussões doentias
Logo adoeço, sofro e choro comigo

sábado, 14 de novembro de 2009

BEM MEU!

Olha, você, perto,
Eu, doido, "facim"
Então, respiro, por,
Só, alguém, denomino,

Quando, senta, de mim
Fico, desconcentro, "facim"
Disfarço, fundo, quem?
Por, que, Neném.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

MEU COFRE



Estou pisando na lama preta excrementícia
Movendo-me, rastejando-me nesse chão imundo
Agachando, e desviando dos tomates podres
Mergulho em minha imundice cada vez mais fundo

O que teria de tão bom pra te oferecer
Se não for essa desgraça que me corrói?
Um medo intensificado de corromper você
Com essa agressividade que só te destrói

Essa parte horrenda de mim que ninguém ver
Que eu escondo tão bem que nem sei enxergar
É o que mais tenho medo de conseguir ser
Pois por mais que eu tente fugir, evitar
Acabo sempre em rondas e no mesmo lugar

Por isso que eu deixo o meu cofre trancado
Ninguém se atreverá a desvendar o segredo
Pois por mais que pareça bem nítido meu medo
Só eu tenho os pergaminhos do meu mundo calado

terça-feira, 10 de novembro de 2009

"ALÊGRIA"




Esse sol escondido nas nuvens
Essa árvore com sombra branda
É lugar para descanso e sonho
Onde o canário amarelo canta

Escrevo na terra seca, palavras
Do sentimento que aqui existe
É puro e límpido como muitas águas
É “Alègria” que em mim persiste

Sossegado hoje, tranqüilo aqui
Pensando, o vento me toca agora
Enquanto escrevo lembro-me de ti
Agora falta pouco, já vou embora

Caminho só comigo, passo a passo
Perdido em vãos questionamentos
Não sei mais de que forma eu faço
Para esconder todos meus lamentos

Vou me alegrar, olha as horas passando
Depois das 22:00 tudo ganhará mais cor
Não temerei a escuridão da noite chegando
Pois encontrarei com o meu lindo amor

domingo, 8 de novembro de 2009

ORGULHO DE NÓS

Como é bom pertencer a alguém
É como a força dos mares selvagens
Poder ter você pra chamar de Neném
E ser invadido por aquelas imagens

Só pela certeza de que você vem
Fico mais feliz quando finda o dia
É não conseguir mais pensar em ninguém
É ser surpreendido com a sua Alêgria

Ser só seu é está perto do céu
É provar da doçura mais doce
Chocolate com recheio de mel
Algo bom seja lá o que fosse

Não é apenas ter um compromisso
É a certeza de amar de verdade
Por mais ninguém eu senti tudo isso
Pois quase morro de tanta saudade

Todo dia, do levantar ao deitar
Quando acompanhado ou quando a sós
Só penso em você e fico a imaginar
O quanto eu tenho orgulho de nós

sábado, 7 de novembro de 2009

QUANDO DER


Que vontade de te abraçar agora
Quanta falta você faz nessa hora
Olha eu aqui sozinho na madrugada
Escrevendo poemas, sem fazer nada

Às vezes eu acho que tô me acostumando
Em te ter quando der, de vez em quando
Não gosto assim, mas vou fazer o quê?
Esperarei o necessário para ter você!

Preciso dormir, tô começando a cansar
Ficar sempre acordado ta me adoecendo
E dormindo eu posso com você sonhar
E pelo menos assim continuo te tendo.

SE PRECISAR DE MIM, TÔ AQUI...


É verdade que quando a gente quer
De verdade encontrar um amor
Daqueles que dure pra sempre se der,
Sempre aparece empecílhos e dor?

Sempre alguém que não aprova você
Que te difama e só espera a hora
Que muitas das vezes não quer nem saber
Fica na torcida pra você ir embora

Aí o chão desaparece de repente
Você Fica tão triste e sentido
Incompreendido no que você sente
Querendo chorar sai em busca de amigo

Mas cadê os amigos se não se enxerga ninguém?
Aonde estão os inimigos para que você os soque?
Todos eles sumiram repentinamente meu bem,
Mas se precisar de mim, to aqui, é só dá o toque!